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Fotos revelam abusos contra palestinos
Militares israelenses aparecem em imagens agredindo prisioneiros durante ofensiva militar à faixa de Gaza
ONG encontrou as fotos no site Facebook; elas haviam sido publicadas pelos próprios militares suspeitos dos crimes
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Uma organização de direitos humanos divulgou ontem mais fotos de soldados
israelenses cometendo abusos em território palestino.
De acordo com os integrantes da ONG Quebrando o
Silêncio, formada por militares israelenses da reserva
que se opõem à ocupação, as
fotos foram tiradas pelos soldados na ofensiva à faixa de
Gaza, entre 2008 e 2009.
As três imagens divulgadas ontem foram enviadas
pelos próprios soldados para
o site Facebook, de onde a
ONG as recolheu e depois divulgou para a imprensa.
Numa delas, um soldado
israelense segura pelo pescoço um homem vendado e
com as mãos amarradas, e
com a outra mão aponta um
fuzil para a cabeça dele.
Noutra, um soldado picha
numa parede uma estrela de
Davi e as palavras em hebraico: "voltaremos em breve".
A terceira mostra um soldado posando com seu fuzil
numa cozinha, enquanto
uma mulher em trajes árabes
continua trabalhando, aparentemente inabalada.
Segundo Michael Manekin, da Quebrando o Silêncio, as fotos mostram um fenômeno que se espalhou nos
últimos anos no Exército.
"Colocar prisioneiros em
situação humilhante e depois divulgar imagens se tornou rotina", disse Michael à
Folha. "O problema é que raramente são punidas com o
rigor necessário", afirmou.
A revelação não é nova.
Há cerca de dois meses, uma
soldado israelense, Eden
Abergil, causou indignação
até dentro do Exército depois
de aparecer sorrindo ao lado
de prisioneiros palestinos
vendados em fotos postadas
por ela no Facebook.
Há três semanas, um episódio semelhante voltou a
ganhar as manchetes. Desta
vez, a imagem de um soldado dançando em volta de
uma palestina vendada foi
enviada ao site YouTube.
O Exército abriu investigação, e o vídeo foi duramente
criticado pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Recentemente, o Exército israelense proibiu o uso de mídias sociais como o Facebook e Twitter em suas bases
para evitar vazamentos.
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