São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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FOCO

Apoio de artistas desafina o tom do "Ocupe Wall Street"

FRANK BRUNI
DO "NEW YORK TIMES"

O lema "somos 99%" do "Ocupe Wall Street" expressa ira não só quanto ao fato de as maiores instituições financeiras pouco prestarem contas à sociedade, mas também quanto à concentração de tamanha riqueza e privilégio nas mãos de poucos.
Assim, sempre que um mensageiro endinheirado se aproxima, a mensagem fica confusa e pode ser comprometida. O rapper Kanye West visitou o berço do movimento, o Zuccotti Park, ostentando joias compradas com um faturamento de US$ 16 milhões (R$ 28 mi) em 2010.
Nada impede que ele e outros artistas -já passaram por lá Susan Sarandon, Michael Moore e Alec Baldwin- simpatizem com o movimento, mas seus gestos públicos de solidariedade assumem um tom dissonante e espúrio.
A esperança é que artistas mantenham-se longe do Zuccotti Park. Eles adoram fazer pronunciamentos políticos, mesmo que observem o mundo de um ponto de vista tão distorcido e isolado quanto o dos presidentes das maiores companhias do país.
Os artistas podem se promover e acariciar seus egos como recompensa por seus esforços, mas não farão bem ao movimento. E os manifestantes fariam bem em manter longe tudo que reluz -inclusive a corrente de ouro de Kanye West.


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