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IRAQUE
Para chanceler, saída prematura enviaria "mensagem errada" à insurgência
Iraque pede que Japão adie saída de suas tropas
DA REDAÇÃO
O chanceler do Iraque, Hoshiyar Zebari, instou ontem o Japão a
manter suas tropas no país, alegando que uma retirada antecipada poderia provocar um aumento
de violência pelos insurgentes.
Zebari afirmou que o Iraque
tem feito avanços na questão da
segurança, mas que o período anterior às eleições parlamentares
de 15 de dezembro serão cruciais.
"Por causa da sensibilidade do
timing e o estágio crucial em que
estamos, é muito importante que
essa força permaneça engajada",
disse Zebari após uma reunião
com o premiê japonês, Junichiro
Koizumi, em Tóquio.
"Qualquer retirada prematura
irá enviar uma mensagem errada
aos terroristas e à oposição de que
a coalizão está se rompendo e fugindo e de que suas políticas e estratégias de solapar esse processo
estão vencendo."
Zebari evitou estipular um prazo a partir do qual as forças estrangeiras poderiam deixar o Iraque, mas afirmou que levaria alguns meses até que o novo governo iraquiano fosse formado.
As afirmações do chanceler
ocorrem em meio a um debate sobre a retirada das tropas nos EUA,
na Itália e na Polônia.
O Pentágono afirmou nesta semana que planeja uma redução
do número de soldados americanos no Iraque, atualmente de 155
mil, para cerca de 138 mil após as
eleições. Esse número pode ser reduzido novamente nos próximos
meses, para 100 mil.
Ontem, o premiê italiano, Silvio
Berlusconi, disse que definirá nas
próximas semanas as datas para
uma retirada escalonada de seus
2.900 soldados, com previsão para terminar no final de 2006.
A Itália, que tem o quarto maior
contingente estrangeiro no Iraque, terá eleições gerais em abril.
"Já reduzimos nossa presença
militar no Iraque em 10%. Essa redução vai continuar de maneira
gradual. [O ministro da Defesa,
Antonio] Martino irá ao Parlamento nas próximas semanas para anunciar as datas desse plano",
disse Berlusconi.
Já o ministro da Defesa da Polônia, Radoslaw Sikorski, disse que
seu país irá retirar as tropas em
2006, mas que o prazo pode mudar de janeiro para meados do
ano. Segundo Sikorski, a situação
de segurança na região sob responsabilidade da Polônia já melhorou o suficiente para que seja
devolvida às forças iraquianas.
"Certamente iremos retirar
nossas tropas em 2006", disse. A
Polônia enviou 2.500 soldados ao
Iraque.
Segundo Zebari, Koizumi decidirá "nos próximos dias ou semanas" sobre a extensão ou não do
mandato de seus tropas no país.
O premiê japonês disse mais
tarde que vai analisar que ajuda
dará ao país, mas não afirmou se
manteria suas tropas.
"Gostaria de continuar pensando sobre que tipo de ajuda o Japão
pode dar para a construção do
Iraque", afirmou Koizumi.
O Japão enviou cerca de 550 soldados para Samawa, no sul do
país, para atuar nas áreas humanitárias e de reconstrução, sem
participar em operações de segurança. A missão expira no dia 14
de dezembro.
Vídeo
Um vídeo divulgado ontem pela
internet supostamente pela Al
Qaeda no Iraque mostrou como
um grupo de terroristas realizou
os ataques suicidas em dois hotéis
de Bagdá, o Palestine e o Sheraton, em 24 de outubro, em que 17
pessoas morreram.
As imagens mostram os terroristas ensaiando o ataque e um
comandante dando instruções.
Há imagens ainda das explosões.
A autenticidade do vídeo não pode ser confirmada.
Um soldado iraquiano e um soldado americano foram mortos
ontem no Iraque.
Com agências internacionais
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