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ORIENTE MÉDIO
"Todo palestino deve preparar seu passaporte", festeja Abbas
Palestinos controlam fronteira pela 1ª vez
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, cortou ontem uma fita
que abriu a passagem entre a faixa
de Gaza e o Egito, em cerimônia
que considerou de dupla importância simbólica.
É a primeira fronteira entregue
à administração de seu futuro Estado, que por sua vez passou a
operação de controle de passaportes a agentes da União Européia, por meio de uma acordo internacional.
É também a primeira vez desde
1967 que o livre trânsito de pessoas e veículos vigora na passagem de Rafah. Gaza era território
egípcio naquele ano e foi conquistado na Guerra dos Seis Dias por
Israel. Os israelenses desmobilizaram os assentamentos judaicos
na região, e a devolveram aos palestinos, em operação concluída
em setembro.
"Creio que todo palestino deve
preparar seu passaporte e mantê-lo no bolso. Todos poderão cruzar esse terminal no momento
que entenderem", disse Abbas.
Protocolo recentemente assinado entre palestinos e israelenses,
com a mediação dos Estados Unidos, previa que a União Européia
forneceria equipes de fiscalização
para o local. Elas serão integradas
por 70 pessoas e estarão a seus
postos em dezembro.
Abbas foi o primeiro a ter seu
passaporte carimbado. Para os
palestinos moradores em Gaza a
livre movimentação na direção
do Egito começará ao meio-dia de
hoje, hora local.
"Queremos transformar a fronteira de vocês em uma ponte com
seus vizinhos e com Israel, que
também é um vizinho de vocês",
disse o enviado especial europeu,
Mark Otte.
Um dos dirigentes do grupo radical islâmico Hamas, Mahmoud
Zahar, estava presente à cerimônia. Disse ter críticas aos termos
negociados por Abbas com Israel.
Mas procurou não estragar a festa, que o presidente palestino
transformou em comício com
vistas às legislativas de janeiro,
nas quais o Hamas pela primeira
vez apresentará candidatos.
Israel aceita e estimula a participação de fiscais europeus. Seus
serviços de inteligência também
instalaram câmeras para acompanhar a passagem de pedestres.
Poderão alertar os palestinos para
a infiltração de algum terrorista.
Ainda ontem, o porta-voz da diplomacia israelense, Mark Regev,
disse que as boas relações da UE
com seu país podem esfriar caso o
bloco leve adiante o plano -presente no documento distribuído a
seus 25 países-membros- de
dissuadir Israel de ocupar os bairros palestinos de Jerusalém.
"A política israelense tem reduzido a possibilidade de um acordo
sobre o estatuto da cidade que os
palestinos poderiam aceitar", diz
o documento europeu.
Os palestinos querem que o setor oriental de Jerusalém seja a capital de um Estado que construirão na Cisjordânia e em Gaza.
Mas Israel rejeita essa hipótese.
Primárias
Foram realizadas ontem eleições primárias em 16 distritos
eleitorais da Cisjordânia e Gaza,
para a escolha dos candidatos do
Fatah -partido do presidente
Mahmoud Abbas- às eleições
legislativas de janeiro.
Com agências internacionais
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