São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2008

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No Rio, Medvedev pede fim da dupla tributação ao Brasil

DA SUCURSAL DO RIO

Em visita ao Brasil após passar pelo Peru e antes de seguir para Venezuela e Cuba, o presidente russo, Dmitri Medvedev, disse que Moscou e Brasília precisam melhorar a estrutura das relações comerciais para aumentar os negócios bilaterais e pediu o fim da dupla tributação de produtos e serviços.
"Precisamos melhorar principalmente a estrutura financeira e tributária. (...) Precisamos colocar em prática a convenção que veda a dupla tributação nos países. Isso pode favorecer a relação entre bancos russos e brasileiros", disse Medvedev, em discurso antes do almoço oferecido pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, no Palácio Laranjeiras.
O presidente disse que o intercâmbio econômico entre os dois países pode chegar a US$ 10 bilhões, apesar do cenário da crise mundial -neste ano, a expectativa é de US$ 7 bilhões.
Ele reafirmou que a Rússia tem interesse nas áreas energéticas e militar, mas quer que o comércio com o Brasil passe de "simples" a "um novo patamar com produtos de alta tecnologia e alto valor agregado".
Já Cabral agradeceu a instalação no Estado do escritório da estatal de energia Gazprom. Antes, o líder russo visitara a Petrobras, que já tem um memorando de entendimentos com a Gazprom. Mas, segundo apurou a Folha, o encontro com o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, não trouxe avanço significativo.
Parte da estada de Medvedev foi dedicada ao turismo. Na noite de segunda, jantou numa churrascaria com uma comitiva de cerca de 30 pessoas e tomou caipirinha. Voltou a comer carne ontem: escondidinho de carne seca no almoço e, à noite, em churrasco oferecido por Lula no Palácio Laranjeiras. Em 2005, a Rússia embargou a carne brasileira alegando defesa sanitária (hoje importa de alguns Estados). Ontem à tarde, foi ao Maracanã.
A visita, observada com atenção pelos EUA, é parte de um giro para estreitar laços na região em um momento que Moscou enfrenta percalços no cenário internacional sobretudo devido à crise econômica.


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