DA REDAÇÃO

Fraco, porém determinado, João Paulo 2º, 83, pediu a Deus ontem, em sua tradicional mensagem de Natal ao mundo, que livre a humanidade do terrorismo e das guerras.
No 26º Natal de seu pontificado, o papa leu sua mensagem diante de cerca de 60 mil pessoas, reunidas na praça e na basílica de São Pedro, no Vaticano.
Foi com dificuldade que ele desejou feliz Natal em 62 línguas, sendo obrigado a fazer pausas entre as frases e as palavras para recuperar o fôlego.
O papa, que sofre de mal de Parkinson e de dores nos quadris e nas pernas, parecia muito mais enfraquecido do que na Missa do Galo, realizada 12 horas antes, quando sua voz era clara e forte.
Aplausos interromperam sua mensagem diversas vezes. "Salve-nos do mal que rasga a humanidade nestes primeiros anos do terceiro milênio", disse ele, sentado em um trono na basílica.
"Salve-nos das guerras e dos conflitos armados que assolam diversas áreas do mundo, do flagelo do terrorismo e das várias formas de violência que atacam os fracos, os vulneráveis."

Reforço
O temor de que terroristas atacassem alvos religiosos na Itália durante o feriado fez com que a segurança na praça de São Pedro fosse reforçada.
Para entrar na basílica, as pessoas tinham de atravessar um detector de metais semelhante aos usados em aeroportos, e suas bolsas eram revistadas pela polícia.
O papa também fez um apelo à paz no Oriente Médio. "Salve-nos do desânimo que enfrentamos no caminho para a paz, caminho realmente difícil, mas ainda possível e necessário; caminho que é urgente sempre e em qualquer lugar, principalmente na terra em que o Senhor [Jesus], o príncipe da paz, nasceu."
No final da mensagem, João Paulo 2º fez saudações de Natal em 62 idiomas, entre eles árabe, hebraico, urdu e outras línguas faladas em áreas de tensão ao redor do mundo.
A mensagem do líder religioso de aproximadamente 1 bilhão de católicos foi televisionada para mais de 50 países.