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Validar diploma e encontrar emprego é ainda tarefa árdua, adverte especialista
DA ENVIADA A MONTRÉAL
Se a integração cultural é estimulada e protegida por políticas públicas, a capacidade econômica do Canadá de absorver
essa onda de imigrantes é questionada, e alguns setores consideram exagerada a projeção do
déficit de trabalhadores feita
pelo governo canadense, de
680 mil pessoas até 2009.
Nora Solervicens, diretora-geral de L'Hirondelle, um centro não-governamental de
atendimento ao imigrante em
Montréal, adverte que a taxa de
desemprego entre alguns grupos étnicos, como por exemplo
entre latinos e africanos, chega
a 15% -a média nacional fica
em torno dos 8%.
O centro, que atende ao redor
de 3.000 pessoas por ano, sobretudo latino-americanos, caribenhos e africanos, ajuda o
imigrante a encontrar a casa e
emprego, dá assistência alimentar de emergência e o auxilia na sua "francificação". Recentemente, passou a fazer um
trabalho de sensibilização das
empresas para que empreguem
mais imigrantes.
"O discurso público está bastante aberto para a diversidade,
mas na prática há muito o que
fazer", afirma Solervicens.
Das 1.445 pessoas que tiveram o auxílio de L'Hirondelle
para encontrar emprego no período entre 2005 e 2006, apenas 335 tiveram sucesso. Outros 31 jovens de menos de 30
anos obtiveram estágios remunerados, e 129 pessoas começaram algum tipo de estudo.
E isso apesar de o centro afirmar ter recebido 1.400 ofertas
de trabalho das cerca de 2.145
empresas registradas.
A lacuna é em parte explicada pelos problemas com o reconhecimento e a validação dos
diplomas, a cargo das associações profissionais.
Desilusão
A história para muitos é de
desilusão, conta Solervicens,
ela própria uma imigrante chilena, radicada no Canadá há
mais de 20 anos.
Depois de passar por um processo de seleção rigoroso, que
lhes exige certo padrão econômico e um alto nível educacional, e de muitas vezes deixar a
família para trás, muitos se desapontam com o fato de não
conseguir encontrar trabalho.
"Eles ficam desiludidos e angustiados ao perceber que o
emprego não está aqui esperando por eles", diz.
Alguns grupos étnicos têm
uma integração mais fácil. Os
chineses, como são comunidades mais antigas, contam com
sua rede de relações para encontrar trabalho e casa.
(CVN)
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