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Egito permite passagem, mas limita circulação palestina
Forças egípcias tentaram anteontem, sem sucesso, interromper fluxo de Gaza
Palestinos são autorizados a fazer compras em parte da cidade de Rafah; morre George Habash, rival histórico de Iasser Arafat
DA REDAÇÃO
A polícia e blindados egípcios
tentavam ontem limitar a circulação de carros vindos da faixa de Gaza a uma pequena área
do país, numa tentativa de ao
menos controlar as passagens
pela fronteira que foram abertas pelos próprios palestinos,
com apoio do grupo radical islâmico, Hamas há quatro dias.
Os blindados bloqueavam a
principal via da parte egípcia da
cidade fronteiriça de Rafah,
provocando filas de carros de
palestinos de Gaza para comprar combustível e comida.
As autoridades também bloqueavam pontos de saída da cidade, impedindo que as pessoas avançassem ainda mais na
península do Sinai. Era permitido, porém, viajar até a cidade
de El Arich, a 50 km dali.
Mais cedo, dezenas de policiais formaram uma cerca humana para fechar os pontos da
fronteira entre Egito e Gaza,
mas momentos depois voltaram a permitir o fluxo.
A queda da fronteira de Gaza
ocorreu depois que Israel reforçou o cerco imposto há dois
anos ao território palestino, como parte de uma operação para
impedir o lançamento de foguetes contra o país.
O chanceler do Egito, Ahmed
Aboul Gheit, reclamou ontem
de "provocações" palestinas
contra os soldados do país. Ao
menos 38 membros das forças
de segurança foram hospitalizados após confrontos.
Era improvável ontem a possibilidade de um encontro entre integrantes do Hamas, que
controla a faixa de Gaza desde
junho, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP),
Mahmoud Abbas, do Fatah, para discutir a questão da fronteira, conforme convite egípcio.
George Habash
Também ontem morreu em
um hospital da Jordânia George Habash, 81, fundador da
Frente Popular pela Libertação
da Palestina (FPLP), partido rival do Fatah, de Iasser Arafat e
de Mahmoud Abbas, dentro da
Organização pela Libertação da
Palestina (OLP). Abbas decretou três dias de luto nos territórios palestinos.
"Ele sofreu um ataque cardíaco fulminante", disse Leila
Khaled, uma das líderes da
FPLP. Segundo Khaled, Habash morreu às 20h15 (16h15
de Brasília) em Amã, onde vivia
exilado desde 1992.
A FPLP foi fundada em 1967
sob inspiração de idéias marxistas e antiimperialistas. Habash ordenou vários atentados
e seqüestros de aviões ocidentais nos anos 70 e sempre foi
contrário às negociações de paz
com Israel. Mesmo assim, ele
defendia a criação de um Estado palestino no qual judeus e
árabes teriam direitos iguais.
A FPLP perdeu sua força política em 1993, quando Iasser
Arafat, então líder da OLP, assinou um acordo de paz provisório com Israel.
Habash abandonou o cargo
de secretário-geral da FPLP em
2000.
Com agências internacionais
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