São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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Egito permite passagem, mas limita circulação palestina

Forças egípcias tentaram anteontem, sem sucesso, interromper fluxo de Gaza

Palestinos são autorizados a fazer compras em parte da cidade de Rafah; morre George Habash, rival histórico de Iasser Arafat

DA REDAÇÃO

A polícia e blindados egípcios tentavam ontem limitar a circulação de carros vindos da faixa de Gaza a uma pequena área do país, numa tentativa de ao menos controlar as passagens pela fronteira que foram abertas pelos próprios palestinos, com apoio do grupo radical islâmico, Hamas há quatro dias.
Os blindados bloqueavam a principal via da parte egípcia da cidade fronteiriça de Rafah, provocando filas de carros de palestinos de Gaza para comprar combustível e comida.
As autoridades também bloqueavam pontos de saída da cidade, impedindo que as pessoas avançassem ainda mais na península do Sinai. Era permitido, porém, viajar até a cidade de El Arich, a 50 km dali.
Mais cedo, dezenas de policiais formaram uma cerca humana para fechar os pontos da fronteira entre Egito e Gaza, mas momentos depois voltaram a permitir o fluxo.
A queda da fronteira de Gaza ocorreu depois que Israel reforçou o cerco imposto há dois anos ao território palestino, como parte de uma operação para impedir o lançamento de foguetes contra o país.
O chanceler do Egito, Ahmed Aboul Gheit, reclamou ontem de "provocações" palestinas contra os soldados do país. Ao menos 38 membros das forças de segurança foram hospitalizados após confrontos.
Era improvável ontem a possibilidade de um encontro entre integrantes do Hamas, que controla a faixa de Gaza desde junho, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, do Fatah, para discutir a questão da fronteira, conforme convite egípcio.

George Habash
Também ontem morreu em um hospital da Jordânia George Habash, 81, fundador da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), partido rival do Fatah, de Iasser Arafat e de Mahmoud Abbas, dentro da Organização pela Libertação da Palestina (OLP). Abbas decretou três dias de luto nos territórios palestinos.
"Ele sofreu um ataque cardíaco fulminante", disse Leila Khaled, uma das líderes da FPLP. Segundo Khaled, Habash morreu às 20h15 (16h15 de Brasília) em Amã, onde vivia exilado desde 1992.
A FPLP foi fundada em 1967 sob inspiração de idéias marxistas e antiimperialistas. Habash ordenou vários atentados e seqüestros de aviões ocidentais nos anos 70 e sempre foi contrário às negociações de paz com Israel. Mesmo assim, ele defendia a criação de um Estado palestino no qual judeus e árabes teriam direitos iguais.
A FPLP perdeu sua força política em 1993, quando Iasser Arafat, então líder da OLP, assinou um acordo de paz provisório com Israel.
Habash abandonou o cargo de secretário-geral da FPLP em 2000.


Com agências internacionais


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