São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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UE se dispõe a ajudar EUA pelo fim de Guantánamo

DA REDAÇÃO

A União Europeia (UE) acenou ontem com a possibilidade de "ajudar os EUA", recebendo ex-detentos de Guantánamo em seu território. Ainda que não tenham sido revelados detalhes da ideia e a despeito de alguns países-membros do grupo serem contrários ao recebimento dos ex-prisioneiros, foi a primeira vez que o bloco se posicionou neste sentido.
"É um problema americano e eles têm que resolvê-lo, mas estamos dispostos a ajudar, se necessário. Creio que a resposta da UE seria "sim'", declarou o espanhol Javier Solana, principal autoridade em política externa do bloco, ao ser indagado se a UE aceitaria abrigar ex-prisioneiros da instituição.
Na última quarta-feira, um dia após tomar posse, o presidente dos EUA, Barack Obama, assinou ordem para fechar em um ano a prisão, criada numa base militar americana em Cuba pelo governo de George W. Bush para deter -à margem das leis internacionais e da dos EUA- presos na "guerra ao terror". Mas o destino dos cerca de 250 detentos é um entrave.
Ontem, em Bruxelas, os 27 chanceleres dos integrantes da UE iniciaram dois dias de debates acerca das opções do bloco quanto aos detentos. Além de discutirem as condições para receber os prisioneiros -como garantias de que os prisioneiros não oferecerão riscos à sua segurança- , eles decidiram que a resposta europeia deve ser conjunta, ressalvado o direito de cada país decidir se recebe ou não detentos.
"A questão de se os Estados-membros poderiam aceitar antigos detentos é uma decisão nacional, mas os ministros concordaram que o desejável é uma resposta política comum", disse o chanceler tcheco, Karel Schwarzenberg, cujo país exerce a presidência rotativa da UE.
Numa mostra do quão polêmica é a questão, ele reconheceu que "ninguém estava muito entusiasmado com a ideia" de recepcionar em seus países ex-detentos de Guantánamo.
Antes mesmo do encontro, alguns países da UE -Áustria, Suécia, Dinamarca e Holanda- externaram que não pretendiam receber egressos de Guantánamo.
Por outro lado, o chanceler português, Luis Amado, disse ontem que "ao menos seis ou sete países da UE estão dispostos a acolher presos de Guantánamo". Portugal é o único que se predispôs oficialmente.


Com agências internacionais


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