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SUCESSÃO NOS EUA / DEFINIÇÃO À VISTA
Obama abre 16 pontos sobre Hillary
Senador bate ex-primeira-dama em duas pesquisas nacionais e a supera em levantamento sobre crucial prévia no Texas
Democrata recebe apoio de ex-pré-candidato e ganha 25 superdelegados em duas semanas, mas afirma que "disputa ainda não acabou"
Rick Bowmer/Associated Press
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Obama ao lado de Dodd; apoio a candidatura entre nomes de peso do Partido Democrata cresce |
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Duas pesquisas de intenção
de voto divulgadas nas últimas
horas traduzem em números o
que já é voz corrente no meio
político norte-americano: Barack Obama, e não Hillary Clinton, é o pré-candidato favorito
à indicação democrata para a
sucessão de George W. Bush.
Segundo levantamento divulgado ontem pelo "New York
Times" e a emissora CBS, Obama bate Hillary nacionalmente
por 54% a 38% (na segunda semana de janeiro, os índices
eram 27% a 42%, respectivamente). Resultado semelhante
mostra pesquisa do "USA Today" com o Gallup: 51% a 39%.
E o site agregador de pesquisas "Real Clear Politics" traz
Hillary à frente em Ohio por
49,2% ante 41,8%, uma diferença de menos de oito pontos percentuais numa corrida em que
a vantagem da ex-primeira-dama já foi de 20 pontos.
No Texas, segundo o mesmo
site, os dois estão em empate
técnico. Mas pela primeira vez
o senador tem ligeira vantagem
onde sua rival sempre foi favorita, com 47,8%, ante 46,3%.
Os dois Estados vão às urnas
nesta terça para escolher seus
delegados -os representantes
que cada concorrente terá votando a seu favor na convenção
partidária, em agosto. Com,
respectivamente, 141 e 193 delegados, Ohio e Texas podem
acabar definindo o candidato.
Reforço
Ontem ainda, Chris Dodd declarou seu apoio a Obama em
evento em Cleveland, Ohio.
"Não quero uma campanha divisiva aqui, há perigo nisso",
disse o senador democrata, referindo-se veladamente aos
ataques negativos de Hillary.
Dodd é o primeiro dos pré-candidatos do partido a apoiar
Obama -os dois rivais ainda
esperam a definição do ex-senador John Edwards, que chegou a terceiro lugar na disputa.
Embora Edwards siga neutro, há indícios de que seus eleitores estejam migrando para
Obama. Ontem, veio à tona que
o poderoso Sindicato Internacional de Empregados em Serviços, que o apoiava, investiu
US$ 1,4 milhão na campanha de
Obama em Ohio e no Texas.
A ação de Dodd ilustra uma
tendência entre os 796 superdelegados, políticos que podem
votar livremente na convenção:
o tradicionalmente clintonista
establishment do partido também começa a migrar.
Segundo pesquisa da Associated Press, nas duas últimas
semanas a ex-primeira-dama
perdeu o apoio de dois superdelegados, enquanto o senador
ganhou o de 25, avançando entre os que se diziam indecisos.
A migração casa com o desejo
do eleitor, ao menos segundo a
pesquisa do "Times" de ontem.
Indagados sobre como deveriam votar os superdelegados,
se de acordo com sua consciência (posição de Hillary) ou com
quem receber o maior número
de votos populares em prévias
(como quer Obama), 52% optaram pela segunda resposta, ante 25% da primeira.
Em teleconferência com jornalistas há alguns dias, o principal estrategista político de Hillary, Mark Penn, chegou a dizer que Obama era o "candidato do establishment", uma declaração que arrancaria risos se
dada em janeiro. A campanha
do senador respondeu dizendo
que ele continuava a ser "o azarão, ainda que menos azarão".
Em entrevista anteontem ao
jornal "Dallas Morning News",
Obama disse ter receio de ser
chamado de favorito e que preferia ser o azarão: "Certamente
a disputa ainda não acabou".
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