São Paulo, sexta-feira, 27 de março de 2009

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CONFLITO COLOMBIANO

Brasil deve facilitar negociação entre Uribe e Farc, diz estudo

DA REPORTAGEM LOCAL

O centro de pesquisas independente International Crisis Group afirmou, em documento divulgado ontem, que uma derrota militar das debilitadas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) é improvável no médio prazo e urgiu Bogotá a retomar negociações com a guerrilha tendo o Brasil e, possivelmente, o Chile como facilitadores do processo.
No texto, o prestigioso grupo utiliza entrevistas com especialistas, integrantes de governos e fontes militares para descrever a situação das Farc. A conclusão é que a guerrilha está enfraquecida moral e militarmente, mas segue bem financiada (estimados US$ 600 milhões/ano do narcotráfico) e com grande capacidade de adaptação.
Popular pela intensa pressão militar sobre a guerrilha -feita com ajuda dos EUA-, o governo de Álvaro Uribe rejeita negociar e prefere combinar sua estratégia com incentivos para deserções.
Mas, para o Crisis Group, a atitude tem poucas chances de êxito completo. O texto diz que a ofensiva divide a guerrilha em facções que agem independentemente e em articulação com paramilitares e narcotraficantes locais e estrangeiros.
Quanto ao Brasil, o texto lembra a participação logística do país na entrega de reféns unilateral feita pelas Farc em fevereiro e diz ter ouvido diplomatas da França interessados em apoiar essa mediação brasileira. O grupo diz que a recente aproximação entre o governo Uribe e o governo Lula, em especial na área de defesa, pode "preparar o palco para uma facilitação regional para terminar o longo conflito".
Ontem, a senadora oposicionista colombiana Piedad Córdoba, cujo grupo negociou libertação de reféns com as Farc, disse que a guerrilha está "pronta" para negociar a troca de sequestrados por guerrilheiros presos e que "o anúncio das condições é iminente".


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