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Ataque aéreo a comboio no Sudão é atribuído a Israel
Fronteira com Egito seria rota de armas ao Hamas; analistas veem recado ao Irã
Ataque, em fevereiro, foi divulgado ontem; premiê de Israel não confirma ação, mas diz que país ""combate terror em qualquer lugar"
DA REDAÇÃO
O governo do Sudão revelou
ontem ter sofrido dois bombardeios aéreos em sua fronteira
com o Egito, em fevereiro, que
atingiram comboios com armas e imigrantes. Cartum a
princípio atribuiu o ataque à
Força Aérea dos EUA, mas depois as suspeitas recaíram sobre Israel, que vê a região como
uma rota de contrabando de armas para o grupo palestino Hamas -que não reconhece o Estado israelense e controla a faixa de Gaza.
O premiê Ehud Olmert não
confirmou a ação, mas disse
que Israel "opera em qualquer
lugar onde possa atacar infraestrutura terrorista -perto
ou longe". "Não há por que entrar em detalhes. Quem precisa
saber, sabe que não há lugar onde Israel não possa operar."
Segundo o ministro sudanês
dos Transportes, Mabrouk Mubarak Saleem, o primeiro ataque aéreo, no começo de fevereiro, atingiu 16 veículos, que
levavam armas e 200 sudaneses, eritreus e etíopes, num deserto ao noroeste da cidade
Porto Sudão. Todos teriam
morrido. Dias depois, o segundo bombardeio teria alvejado
18 caminhões, só com imigrantes, matando "centenas" deles.
Pouco antes, em janeiro, Israel havia encerrado uma ofensiva de 22 dias contra o Hamas
em Gaza -cujo saldo foi de
mais de 1.400 palestinos e 13 israelenses mortos. Na negociação para um cessar-fogo, Israel
e EUA assinaram um memorando de cooperação no combate a armas contrabandeadas
para Gaza.
Irã
Ontem, Washington negou a
autoria dos ataques em solo sudanês. E blog da rede americana CBS News divulgou que a
Inteligência de Israel descobrira que contrabandistas levam
armas do Sudão a Gaza, via Egito e deserto do Sinai.
"Se os israelenses promoveram o ataque no Sudão, isso sugere que a guerra secreta contra o Hamas e suas fontes de armas é mais ampla do que Israel
ou EUA admitem", escreveu o
correspondente da CBS, Dan
Raviv. Uma análise do jornal israelense "Haaretz" diz que a
ação, se confirmada, seria uma
mensagem ao Irã de que Israel
"se dispõe a correr enormes riscos e é hábil para agir além de
sua fronteira".
O Hamas negou ontem que
os comboios carregassem armas suas e disse que as ações
foram um "pretexto" para Israel atacar o Sudão.
Uma autoridade israelense
disse à Reuters, sob anonimato,
que Israel tem "problemas com
o Sudão como fonte de armas e
não confia no Egito para patrulhar a fronteira porosa".
Com agências internacionais
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