|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
2 israelenses e 4 palestinos morrem em confronto em Gaza
Tanques de Israel entram no território palestino após enfrentamento, mais grave incidente desde a ofensiva militar do início de 2009
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Dois soldados israelenses e
quatro palestinos morreram
ontem em um confronto na
fronteira da faixa de Gaza, o
mais grave incidente desde a
ofensiva militar de Israel no
território, em janeiro de 2009.
Segundo o Exército israelense, uma patrulha abriu fogo
contra militantes palestinos
que plantavam explosivos perto da fronteira sul de Gaza. Na
troca de disparos, um soldado e
um oficial israelense foram
mortos, além de dois militantes
palestinos. Tanques israelenses avançaram para dar apoio
aos soldados, mas logo recuaram para a fronteira.
Nas últimas semanas, a relativa calma que prevaleceu por
mais de um ano na fronteira parecia em risco, com uma série
de operações militares israelenses em reação ao lançamento de foguetes de Gaza. Na semana passada, um dos ataques
matou um tailandês que trabalhava numa fazenda de Israel.
Alguns analistas viram o reinício dos disparos contra Israel
como um sinal de que o movimento islâmico Hamas não está conseguindo conter a ação de
grupos mais radicais, apesar de
seu interesse em manter a trégua com Israel.
Três grupos palestinos assumiram a autoria do ataque de
ontem, incluindo o braço militar do Hamas, Brigadas Izzedine al Qassam. Os outros foram
as Brigadas de al Aqsa, originalmente ligadas ao secular Fatah,
rival do Hamas, e o autointitulado Taleban Palestino, pouco
conhecido.
Abu Obeida, porta-voz do Izzedine al Qassam, disse que os
soldados foram emboscados
numa operação de "autodefesa". "Uma força israelense
avançou 500 metros em território palestino e foi confrontada por nossos atiradores", disse
Obeida.
Escaramuças são constantes
na fronteira, e o Exército de Israel vem tentando estabelecer
uma zona-tampão de cerca de
800 metros para diminuir o risco de infiltrações e ataques.
"Este é um incidente trágico
e doloroso para nós", disse a
porta-voz do Exército israelense Avital Leibowitz. "No sul de
Israel, nos sentimos em guerra
diariamente."
O Exército israelense prometeu uma resposta firme, que poderá incluir operações de retaliação no interior de Gaza. De
acordo com testemunhas, cinco tanques israelenses ficaram
postados no lado palestino da
fronteira.
No fim de 2008, Israel lançou
uma grande ofensiva contra o
Hamas, que controla Gaza, em
resposta aos foguetes disparados contra o seu território. Em
três semanas de ataques, cerca
de 1.400 palestinos foram mortos, e grande parte de Gaza foi
arrasada. Na operação, dez soldados israelenses morreram.
O incidente de ontem ocorre
em meio às tensões entre Israel
e os EUA, que não chegam a um
acordo para o reinício das negociações com os palestinos.
Pressionado pelo governo Obama a parar as construções na
Cisjordânia ocupada, inclusive
Jerusalém Oriental, Israel não
parece disposto a ceder.
Após voltar de uma viagem a
Washington que a imprensa local classificou de "humilhante",
o premiê israelense, Binyamin
Netanyahu, reuniu ontem ministros para decidir que resposta dar aos EUA, mas avisou: as
construções continuarão.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Crise na igreja: Ordem católica confessa abusos de fundador Índice
|