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Diante de dilema, EUA adiam ação em Fallujah
DO "NEW YORK TIMES"
Temendo acirrar o sentimento
antiamericano no Iraque, mas
sem poder condescender com os
insurgentes, o presidente George
W. Bush pediu ontem a seus militares que estendessem a negociação em Fallujah, a cidade sunita
50 km a oeste de Bagdá que se
transformou no maior foco de
tensão do pós-guerra.
Ainda assim, um fuzileiro naval
dos EUA e oito iraquianos foram
mortos em um tiroteio que durou
horas, apesar do cessar-fogo vigente há mais de uma semana.
Invadir ou não Fallujah constitui para Bush um dos dilemas
mais complexos da ocupação. Depois de declarar, na sexta-feira,
que os EUA "nunca seriam expulsos do Iraque por um bando de
bandidos e assassinos", o presidente passou o fim de semana
reunido com assessores em videoconferências com seus comandantes militares no Iraque.
"Está claro que não dá para deixarmos que alguns milhares de
insurgentes aterrorizem uma cidade e nos ataquem", disse um
dos participantes da reunião. "A
questão é como entrar na cidade
provocando o mínimo possível de
baixas."
No sábado, o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão (APC),
o americano Paul Bremer, e o comandante das forças de ocupação
no Iraque, general Ricardo Sanchez, estiveram em Fallujah no
que aparentou ser um último esforço de negociação. Nesse dia, os
comandantes locais estudavam
alvos potenciais e montavam
eventuais linhas de ataque.
A cidade, uma mistura de largas
avenidas para pedestres com becos às margens do rio Eufrates, representa um campo de combate
urbano extremamente complexo
e perigoso, segundo os militares.
Embora o governo diga que
quer executar um ataque preciso
contra os cerca de 2.000 insurgentes ali alojados, os militares dizem
não haver maneira de resolver a
situação com mísseis teleguiados
ou bombas de precisão.
Em vez disso, a tática em estudo
prevê ataques intensos com fuzileiros navais escoltados por helicópteros, que buscariam os líderes da insurgência e seus atiradores. Paralelamente, os civis seriam
estimulados a sair da cidade.
É uma situação especialmente
delicada para Bush, que já enfrenta o pior mês em termos de baixas
entre suas forças -incluídos os
meses da guerra propriamente dita, março e abril de 2003.
Lançar o ataque -e dar seu aval
para a morte de civis, como deve
ficar claro no noticiário das emissoras árabes- pode detonar uma
onda de levantes não só nas regiões sunitas como também nas
áreas de maioria xiita, normalmente menos tensas. Isso tudo a
menos de dez semanas da anunciada transferência de poder, em
30 de junho, quando a APC deixará de existir e será criado um governo interino iraquiano.
Em silêncio, os militares que
cercam a cidade já começaram a
tomar as medidas para uma invasão que, embora ainda aguardem
o sinal de Bush, consideram inevitável.
Com agências internacionais
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