São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2004

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Terror ameaça indústria petrolífera

DA REDAÇÃO

Um grupo de terroristas supostamente vinculado à Al Qaeda reivindicou ontem a autoria do atentado que no sábado matou três militares norte-americanos e interrompeu por 24 horas o principal terminal iraquiano de exportação de petróleo, perto de Basra.
A ação, efetuada por meio de barcos carregados de explosivos, teria sido obra do jordaniano Abu Musab Zarqawi, apontado pelos Estados Unidos como um dos homens de Osama bin Laden e que estaria por detrás de algumas das ações da insurgência no Iraque.
O atentado de sábado foi reivindicado em comunicado publicado num site islâmico na internet. Sua autenticidade não está confirmada. Para a inteligência americana, Zarqawi é o autor.
No final da tarde de sábado, três barcos se aproximaram do terminal de Khawr Al Amawaya. Um deles explodiu e matou os militares norte-americanos. O incidente interrompeu o abastecimento de petroleiros num outro terminal, o de Al Basra. Cerca de 1 milhão de barris de petróleo deixou de ser embarcado. A ação fez subir o preço do petróleo por temor de que a indústria petrolífera iraquiana seja alvo dos terroristas.

Exportações
O Iraque vendeu US$ 8,2 bilhões em petróleo desde que os EUA assumiram, no ano passado o controle de suas exportações, disseram autoridades americanas ontem à agência Reuters.
No mesmo período, os EUA depositaram US$ 8,27 bilhões no Fundo para o Desenvolvimento do Iraque, criado em maio do ano passado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para a reconstrução do país.
Os atentados de sábado comprometem os planos de triplicar a médio prazo o volume de exportações iraquianas de óleo cru. Segundo o "Le Monde", os armadores estão pessimistas em razão do custo crescente do seguro para barcos que operam na região.
Há ainda o aumento no preço do afretamento desses petroleiros. Depois de ter atingido US$ 90 mil dólares por dia em fevereiro, a tarifa caiu em abril -não foram revelados os novos valores-, mas deve subir novamente.
Um armador baseado em Londres disse ao jornal francês que, até agora, a situação no sul do Iraque, sob controle britânico, era relativamente calma. Mas se novos cargueiros ou petroleiros forem objeto de atentados, será inevitável que as apólices atinjam preços quase proibitivos.
O atentado de sábado, disse ainda o armador, deve levar à diminuição da tonelagem de contêineres embarcados em direção ao Kuait ou a Dubai, o grande porto de traslado na região.


Com o "Le Monde"


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