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Terror ameaça indústria petrolífera
DA REDAÇÃO
Um grupo de terroristas supostamente vinculado à Al Qaeda reivindicou ontem a autoria do atentado que no sábado matou três
militares norte-americanos e interrompeu por 24 horas o principal terminal iraquiano de exportação de petróleo, perto de Basra.
A ação, efetuada por meio de
barcos carregados de explosivos,
teria sido obra do jordaniano Abu
Musab Zarqawi, apontado pelos
Estados Unidos como um dos homens de Osama bin Laden e que
estaria por detrás de algumas das
ações da insurgência no Iraque.
O atentado de sábado foi reivindicado em comunicado publicado num site islâmico na internet.
Sua autenticidade não está confirmada. Para a inteligência americana, Zarqawi é o autor.
No final da tarde de sábado, três
barcos se aproximaram do terminal de Khawr Al Amawaya. Um
deles explodiu e matou os militares norte-americanos. O incidente interrompeu o abastecimento
de petroleiros num outro terminal, o de Al Basra. Cerca de 1 milhão de barris de petróleo deixou
de ser embarcado. A ação fez subir o preço do petróleo por temor
de que a indústria petrolífera iraquiana seja alvo dos terroristas.
Exportações
O Iraque vendeu US$ 8,2 bilhões em petróleo desde que os
EUA assumiram, no ano passado
o controle de suas exportações,
disseram autoridades americanas
ontem à agência Reuters.
No mesmo período, os EUA depositaram US$ 8,27 bilhões no
Fundo para o Desenvolvimento
do Iraque, criado em maio do ano
passado por uma resolução do
Conselho de Segurança da ONU
para a reconstrução do país.
Os atentados de sábado comprometem os planos de triplicar a
médio prazo o volume de exportações iraquianas de óleo cru. Segundo o "Le Monde", os armadores estão pessimistas em razão do
custo crescente do seguro para
barcos que operam na região.
Há ainda o aumento no preço
do afretamento desses petroleiros. Depois de ter atingido US$ 90
mil dólares por dia em fevereiro, a
tarifa caiu em abril -não foram
revelados os novos valores-,
mas deve subir novamente.
Um armador baseado em Londres disse ao jornal francês que,
até agora, a situação no sul do Iraque, sob controle britânico, era
relativamente calma. Mas se novos cargueiros ou petroleiros forem objeto de atentados, será inevitável que as apólices atinjam
preços quase proibitivos.
O atentado de sábado, disse ainda o armador, deve levar à diminuição da tonelagem de contêineres embarcados em direção ao
Kuait ou a Dubai, o grande porto
de traslado na região.
Com o "Le Monde"
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