São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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ÁSIA

Milhares fogem de confrontos no Sri Lanka

DA REDAÇÃO

As Forças Armadas do Sri Lanka lançaram ontem ataques aéreos e de artilharia contra territórios controlados pelos rebeldes Tigres Tâmeis, causando a fuga de milhares de pessoas das áreas bombardeadas. Foi a primeira ação oficial desde que o cessar-fogo entrou em vigor em 2002.
Pelo menos 10 pessoas morreram, segundo os rebeldes, e cerca de 40 mil - principalmente da minoria tâmil - abandonaram suas casas, de acordo com a rede britânica BBC.
O porta-voz do Exército, o brigadeiro Prasad Samarasinghe, afirmou que a operação foi uma reposta a um ataque perpetrado pelos Tigres Tâmeis na terça-feira contra um alto comandante militar do país. O militar ficou ferido, mas 10 pessoas morreram. Um porta-voz do governo também anunciou que mais ataques serão lançados caso os rebeldes continuem a agir.
À noite, o Exército disse que o clima era de calma. Os rebeldes, por sua vez, reagiram dizendo que iriam retaliar se o governo continuasse a lançar ataques.
"Parece que é uma situação de guerra em Tricomalee. Se os ataques continuarem o LTEE (sigla em inglês dos rebeldes) serão forçados a assumir uma ação militar de defesa", disse à Agência Reuters S. Puleedevan, um dos chefes do grupo, enquanto as posições rebeldes eram bombardeadas.
Há duas décadas os Tigres Tâmeis estão envolvidos em uma guerra civil e têm como objetivo criar um território autônomo para sua etnia no nordeste do Sri Lanka, argumentando que eles são alvo de discriminação por parte da maioria étnica cingalesa.
Em 2002, um cessar-fogo selado na Noruega pôs um ponto final nos confrontos abertos, mas disputas posteriores sobre a participação no governo minaram a trégua. Nos últimos meses, focos de violência ajudaram a elevar a tensão novamente na ilha.
Um dos líderes políticos dos Tigres S. Elilan disse que os ataques duraram até o fim da manhã. Ao menos 10 pessoas morreram e 25 ficaram feridas. Equipes de socorro que ajudam na reconstrução do país após o tsunami de 2004 afirmaram que estavam abandonando regiões do norte e leste do país. Funcionários da ONU permanecem na região, mas cancelaram suas linhas de transporte.
Elian disse que muitas pessoas precisaram de cuidados médicos, mas não puderam ser transportadas porque as estradas estavam bloqueadas. O Exército também apresentou seu balanço de vítimas afirmando que três pessoas foram mortas por morteiros lançados pelos rebeldes.


Com agências internacionais

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