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EUA decretam emergência por gripe suína
Foram confirmados 20 casos da doença em 5 Estados americanos, mas não há mortes registradas; vítimas estiveram no México
Países de Oriente Médio,
Oceania e Europa também
registram casos suspeitos
da doença, aumentando
temores de uma pandemia
Alfredo Estrella/France Press
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Família caminha pela avenida Juarez, na Cidade do México
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
O governo dos Estados Unidos decretou ontem situação
de emergência em saúde pública devido à disseminação da
gripe suína pelo país. Foram
confirmados 20 casos em cinco
Estados dos EUA, e agentes de
saúde disseram esperar encontrar inúmeros outros à medida
em que se investiga a rota do vírus H1N1, causador da doença.
Os primeiros diagnósticos
nos EUA foram feitos na Califórnia, com 7 casos, e no Texas,
com 2. Nos últimos dias a doença se espalhou para Ohio, com 1
caso comprovado, Kansas (2) e
Nova York (8). Não houve mortes relacionadas à doença em
solo norte-americano por enquanto.
Já no México, onde o surto é
mais forte, ao menos 22 pessoas morreram comprovadamente por causa da doença.
Desde 13 de abril, houve mais
de 1.600 casos suspeitos e 103
mortes cuja causa provável foi a
gripe suína.
O governo mexicano ordenou o fechamento de escolas no
Distrito Federal e nos Estados
de México e San Luis Potosí até
no mínimo dia 6 de maio.
Membros do Exército foram às
ruas da Cidade do México ontem para distribuir máscaras
de respiração a transeuntes.
Foram também confirmados
quatro contaminações com o
vírus da gripe suína na Costa
Leste do Canadá. Os doentes
são estudantes que haviam feito uma excursão recente para o
México e têm sintomas moderados, segundo as autoridades.
Elevando temores de pandemia, há 34 casos de suspeita da
gripe em países de Oceania, Europa, Oriente Médio e América
do Sul. São 10 suspeitas na Nova Zelândia, 9 na Colômbia, 8
na Espanha, 4 na França, 2 na
Austrália e 1 em Israel.
A Organização Mundial de
Saúde alertou no sábado para o
"potencial pandêmico do novo
vírus", mas manteve o nível de
alerta três, de uma escala até
seis. O nível de alerta deverá ser
reavaliado amanhã.
Prontidão
A secretária de Segurança Interna dos EUA, Janet Napolitano, tentou em entrevista coletiva ontem evitar o pânico entre
a população. Segundo ela, estabelecer a situação de emergência é um procedimento padrão
e deve ser considerada "uma
declaração de prontidão emergencial". "Estamos nos preparando em um ambiente no qual
realmente não sabemos qual
será a seriedade deste surto."
A maioria dos casos no país
até agora são moderados e apenas um dos doentes foi hospitalizado. A declaração de emergência poderá liberar verba para diagnóstico e prevenção de
casos adicionais, além da compra de remédios antivirais.
Os governos dos EUA e do
México estão trabalhando juntos para interromper fluxos de
transmissão do vírus de um para o outro. Segundo John Brennan, assistente do presidente
Barack Obama para segurança
doméstica e contraterrorismo,
"nossa prioridade agora é garantir que a comunicação seja
robusta e que os esforços de vigilância médica estejam totalmente ativados."
Autoridades de Saúde e da
Segurança Interna nos EUA recomendaram a elaboração de
planos de contingência para o
fechamento de escolas. O Centro de Controle de Doenças
(CDC) está preparando um cartão com informações sobre os
sintomas a viajantes que chegam e saem do país.
Em Nova York, os casos deram início a uma onda de medo.
O prefeito Michael Bloomberg
afirmou que mais de cem estudantes da escola particular de
segundo grau St. Francis, em
Queens, relataram sintomas de
gripe, mas que por enquanto
apenas oito foram confirmados
como causados pelo H1N1. Alguns estudantes haviam viajado ao México no feriado da primavera, há duas semanas.
Segundo Bloomberg, os casos
são leves e a maioria está se recuperando sem a necessidade
de antivirais, mas familiares
dos doentes também apresentaram sintomas, "sugerindo
que a doença está se espalhando de pessoa para pessoa". A St.
Francis suspendeu as aulas.
Novo tipo
Entre 2005 e janeiro de
2009, 12 casos humanos da gripe suína foram detectados nos
EUA, nenhum fatal. No passado, houve duas mortes relacionadas ao vírus no país, em 1988
e em 1976, segundo o CDC.
Vírus do tipo H1N1 causam
surtos esporádicos de gripes
entre porcos, mas o CDC afirmou que o ramo atual nunca foi
visto antes. "É um vírus de gripe A, designado como H1N1, e
contém DNA típico de vírus
aviários, suínos e humanos, incluindo elementos dos vírus
suínos europeus e asiáticos",
informou o órgão.
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