São Paulo, Terça-feira, 27 de Abril de 1999
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TRAGÉDIA NA ESCOLA
Responsáveis pelo massacre da semana passada teriam plano para sequestrar avião e lançá-lo sobre Nova York
Dupla queria matar 500, diz polícia dos EUA

das agências internacionais

Os autores do massacre na escola Columbine planejavam matar 500 estudantes e, se saíssem vivos, sequestrar um avião e lançá-lo contra Nova York, segundo a polícia.
O diário de um dos assassinos revelou novos dados sobre como eles planejaram a ação. A polícia, com esses novos indícios, está procurando um terceiro envolvido. Interrogou uma jovem de 18 anos, que poderia ter comprado duas armas usadas no massacre.
O porta-voz da polícia local, Steve Davis, disse que ela era namorada de Dylan Klebold, um dos envolvidos no crime. Como não foi considerada suspeita, sua prisão não era "iminente", disse Davis.
"Suponho que, quando alguém ouve isso pela primeira vez, acredita que é uma horrível fantasia", afirmou o promotor David Thomas. "Mas agora já sabemos que eles conseguiram realizar ao menos a primeira parte do plano."
Quando perguntaram a Thomas se, além de Harris, Klebold e da jovem, mais alguém estava sendo investigado, afirmou: "Acreditamos que mais de três pessoas tinham consciência disso (do crime)".
Eric Harris, 18, e Dylan Klebold, 17, armados com rifles semi-automáticos e bombas, mataram 12 estudantes e um professor na escola Columbine, em Littleton (subúrbio de Denver, Estado do Colorado), na terça passada. Em seguida, teriam se suicidado.
As bombas que carregavam poderiam ter destruído toda a escola.
Tanto Klebold como Harris vinham de famílias de classe média, descritas como ""normais".
Segundo as hipóteses mais aceitas, os dois queriam se vingar de alunos que os ridicularizavam. Klebold e Harris tinham hábitos como vestir-se com roupas pretas.
A intenção dos assassinos era "arrasar" a escola e começar a atirar contra a vizinhança, "para matar o maior número possível de pessoas", segundo os policiais.
Segundo a revista norte-americana "Time", Klebold e Harris disseram ao estudante Brooks Brown que, em 20 de abril, dia do massacre, eles não iriam à escola.
Três estudantes mortos no incidente foram enterrados ontem. Um estudante de 15 anos foi detido na Flórida, depois que as autoridades encontraram, no fim-de-semana, materiais explosivos e uma bomba de napalm em sua casa.
"Ele nos disse que tinha curiosidade e que não queria ferir ninguém", afirmou a polícia.
Na capital dos Estados Unidos, Washington, a polícia esvaziou 17 escolas públicas, depois de receber denúncia dizendo que haveria uma bomba em uma delas. Não encontrou nada, mas milhares de estudantes ficaram sem aulas para que as escolas pudessem ser revistadas.
Os alunos da Columbine devem voltar às aulas na próxima quinta-feira, na escola Chatfield.


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