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Coreia do Norte provoca com 3 novos mísseis
País lança artefatos de curto alcance e acusa os EUA de adotarem posição de confronto após teste nuclear de domingo
Para Washington, medida é "provocativa"; Conselho de Segurança tenta resolução, mas esbarra em resistência chinesa a endurecimento
Peter Parks/France Presse
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Soldados norte-coreanos patrulham fronteira com a China; país teme desestabilização do vizinho
DA REDAÇÃO
A Coreia do Norte voltou ontem a desafiar a comunidade
internacional, que condenara
de maneira unânime e veemente seu segundo teste nuclear,
realizado no domingo à noite,
ao lançar dois novos mísseis de
curto alcance no mar do Japão.
Um terceiro artefato foi lançado na manhã de hoje (local).
O regime do ditador Kim
Jong-il diz agir em "defesa própria" e acusou ontem os EUA
de adotar posição de confronto
em relação ao país. "O governo
americano promove as mesmas
políticas temerárias do seu antecessor", afirmou autoridade à
agência de notícias oficial.
Citando fontes sul-coreanas,
a agência de notícias Yonhap,
da Coreia do Sul, disse que a
movimentação na costa oeste
do vizinho indicava ontem que
novos disparos poderiam ser
feitos nos próximos dias. Três
mísseis do mesmo tipo haviam
sido lançados na segunda.
Os novos lançamentos provocaram a reiteração das críticas desferidas a Pyongyang na
véspera. A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, afirmou que os disparos foram
uma medida "provocativa, desestabilizadora e uma ameaça".
A Coreia do Sul anunciou que
passará a integrar operação regular dos EUA de interceptação
de navios suspeitos de transportar armas de destruição em
massa na região. Pyongyang
afirmara em outras oportunidades que a medida seria considerada declaração de guerra.
O teste nuclear de domingo à
noite provocou a convocação
pelo Japão de uma reunião de
emergência do CS (Conselho
de Segurança) da ONU para a
elaboração de uma reação conjunta a Kim. Foi divulgada, porém, apenas nota expressando
"forte oposição e condenação".
As potências ocidentais e
mesmo tradicionais aliados de
Pyongyang, como Rússia e China, endossaram a acusação de
violação da resolução aprovada
em 2006, em reação à detonação do primeiro teste nuclear
norte-coreano, que incluía sanções e proibição a explosões.
Nova resolução
Os cinco membros permanentes do CS (EUA, Rússia,
China, Reino Unido e França),
além de Japão e Coreia do Sul,
se reuniram à noite para tentar
mais uma vez redigir uma nova
resolução contra a Coreia do
Norte -duas já estão em vigor.
São consideradas positivas
nesse sentido as reações de Pequim e Moscou, que deixaram
de lado posições usualmente
contidas para fazer críticas
contra a Coreia do Norte.
A agência de notícias russa
Interfax disse, citando funcionário da Chancelaria da Rússia,
que Moscou considera provavelmente inevitável a adoção
de uma resolução dura, uma
vez que é a própria credibilidade do CS que está em jogo.
Mas da China espera-se uma
posição menos determinada, já
que o país é o principal aliado e
parceiro comercial da Coreia
do Norte. Pequim teme sobretudo, segundo analistas, o cenário de deslocamento em massa
de refugiados norte-coreanos
no caso de um colapso econômico no empobrecido vizinho.
Rice elogiou a posição até o
momento do país. "Pequim tem
cumprido um papel construtivo", disse. A representante dos
EUA na ONU disse que "a porta
está aberta para a diplomacia"
com Pyongyang, mas voltou a
utilizar o bordão consagrado
pela política externa de George
W. Bush. "Obviamente, não
descartamos nenhuma opção."
Ameaça
Anteontem à noite, o presidente Barack Obama, que qualificara o episódio de ameaça à
segurança internacional, garantiu a "defesa inequívoca"
dos aliados Coreia do Sul e Japão em uma eventual deterioração da situação regional.
A possibilidade é, no entanto,
remota, segundo analistas. A
maior ameaça de uma Coreia
do Norte com capacidade nuclear para fins militares estaria
na venda de tecnologia no mercado negro internacional.
Apesar das reações, o novo
teste não foi exatamente uma
surpresa, uma vez que Pyongyang alertara para a retomada
do programa nuclear após o endurecimento das sanções na
ONU ao país depois do lançamento de um foguete em abril.
Entre as causas imediatas da
ação estão o objetivo norte-coreano de ser reconhecido como
um país do seleto clube nuclear
e uma tentativa de aplacar a
pressão da linha dura interna
na disputa sucessória. Acredita-se que Kim se encontre em
frágil situação de saúde.
A intensidade da explosão é
incerta, mas avaliada preliminarmente entre 10 e 20 quilotons, o equivalente às bombas
que explodiram nas japonesas
Hiroshima e Nagasaki ao final
da Segunda Guerra Mundial. A
explosão de 2006 é estimada
em apenas um quiloton.
Com agências internacionais
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