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Por Israel, EUA aliviam pressão sobre Teerã na revisão do TNP
CLAUDIA ANTUNES
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Os EUA abriram mão de
mencionar o Irã ou de acusá-lo diretamente na declaração
final da conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), prevista para terminar amanhã.
Em troca, querem que sejam excluídas do texto menções a Israel, potência fora do
tratado que não admite ter
um arsenal atômico.
Com isso, Paquistão e Índia também não seriam mencionados. Só a Coreia do Norte, que deixou o TNP para testar uma bomba, seria alvo de
críticas diretas.
Nos rascunhos da declaração, havia cinco referências a
Israel, Índia e Paquistão, pedindo que assinem o Tratado
de Proibição de Testes Nucleares e iniciem o processo
de adesão ao TNP como países desarmados.
Cláusula sugerida pelo
grupo dos Não Alinhados
tenta coibir a venda aos três
países de material relacionado a atividades atômicas, pacíficas ou não -a medida seria "incentivo" à adesão, mas
as potências reconhecidas
(EUA, Rússia, França, Reino
Unido e China) resistem.
A pressão sobre as potências extratratado ajuda a reduzir o impacto do programa
nuclear iraniano na conferência, em contraste com o
debate internacional.
Visando o Irã, EUA e países europeus propuseram
um parágrafo afirmando que
os países que exercerem o direito de se retirar do TNP continuarão sendo responsabilizados por eventuais violações enquanto signatários.
A proposta provocou oposição da delegação iraniana.
Mas, avaliam negociadores,
ela pode ser amenizada.
Os pontos que provocam
impasse são outros três:
1) O plano de ação para o
desarme nuclear;
2) Os passos para a implementação de uma zona livre
de armas nucleares no Oriente Médio, discutidos à parte
por EUA e Egito, líder dos
Não Alinhados;
3) A proposta de EUA e europeus, à qual o Brasil se
opõe, de que o Protocolo Adicional seja o instrumento
"padrão" das inspeções da
AIEA. O termo deve ser derrubado.
Ontem, em meio às negociações na sede da ONU, em
Nova York, estava em aberto
se haverá declaração final.
Diante da "visão" de Barack Obama de um mundo
sem a bomba, causou surpresa a insistência das potências
reconhecidas em diluir compromissos com o desarme.
Jayantha Dhanapala, presidente de movimento pelo
uso pacífico do átomo, atribui o movimento à ascensão
dos conservadores no Reino
Unido e a disputas militares
entre as potências.
"Conferência ruma para
retrocesso em desarme",
diz especialista
folha.com.br/1014614
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