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Kirchner chega a pleito empatado com rival
De 9 levantamentos compilados pela Folha, 5 dão vantagem a ex-presidente argentino, e 4 são favoráveis a De Narváez
Tendência é que coalizões elejam amanhã número parecido de deputados na Província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Na véspera da eleição legislativa na Argentina, pesquisas
apontam um resultado incerto
na Província de Buenos Aires,
maior colégio eleitoral do país,
que elege 35 das 127 cadeiras
em disputa na Câmara.
De 9 levantamentos compilados pela Folha, 5 dão vantagem à chapa do governo, encabeçada pelo ex-presidente Néstor Kirchner. Os outros são favoráveis à aliança de centro-direita liderada pelo empresário
Francisco De Narváez.
Kirchner leva a dianteira nas
pesquisas de institutos que
costumam trabalhar para o governo: Ceop, Ibarómetro, Ricardo Rouvier e Analogias.
Também está na frente, mas
em situação de empate técnico,
para a Opinión Autenticada,
que se diz independente. Os
percentuais vão de 37,8% a
38,9% das intenções de voto,
contra 31,7% a 34% para De
Narváez.
O empresário lidera, dentro
da margem de erro, as sondagens de Management & Fit,
Isonomia, Giacobbe e Poliarquía. As duas primeiras costumam trabalhar para seu setor.
O levantamento da Giacobbe
foi pago por bancos, segundo a
consultoria, e o da Poliarquía,
pelo jornal "La Nación". Os
percentuais de De Narváez vão
de 33,1% a 35,4%, contra 31,6%
a 33,5% para Kirchner.
O voto é dado a partidos ou
alianças, que fazem listas com
ordem predeterminada
-quanto mais votos, mais candidatos são eleitos. Em geral,
pelos números atuais, a divisão
das cadeiras na Província ficaria assim: 13 para o governo, 13
para a Unión-PRO de De Narváez e nove para outras forças.
Perfil do eleitor
As sondagens ajudam a identificar onde cada candidato é
mais forte. Segundo Jorge Giacobbe, da Giacobbe e Associados, o eleitor de Kirchner é, em
geral, de baixo nível socioeconômico e idoso -os aposentados são alvo de medidas e de
publicidade do governo. "A partir dos 70 anos, a vantagem
cresce ainda mais." Já o voto a
De Narváez vem do eleitorado
jovem de todas as classes sociais, afirma Giacobbe.
A distribuição geográfica do
voto reflete a estratégia dos
candidatos. No chamado terceiro cordão da Grande Buenos
Aires, mais pobre e onde 13 dos
17 prefeitos são candidatos a
vereador para puxar votos para
o governo, Kirchner tem 13
pontos de vantagem. A região
concentra 40% dos votos da
Província.
No primeiro cordão da Grande Buenos Aires, que reúne sete
cidades de nível socioeconômico mais alto e 20% dos votos
provinciais, a disputa está empatada. Já no interior (40%),
área de perfil rural em que o governo perdeu muito apoio após
o conflito tributário com o
campo, iniciado em 2008, De
Narváez está 15 pontos à frente.
Para o analista Ricardo Rouvier, próximo ao governo, a discussão sobre privatizações na
última semana de campanha
retirou votos de De Narváez.
Após ataques do governo, o empresário disse que estatizaria
empresas para contrabalançar
o discurso privatista de seu
principal aliado, o prefeito de
Buenos Aires, Maurício Macri.
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