São Paulo, sábado, 27 de junho de 2009

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Kirchner chega a pleito empatado com rival

De 9 levantamentos compilados pela Folha, 5 dão vantagem a ex-presidente argentino, e 4 são favoráveis a De Narváez

Tendência é que coalizões elejam amanhã número parecido de deputados na Província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral


THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

Na véspera da eleição legislativa na Argentina, pesquisas apontam um resultado incerto na Província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país, que elege 35 das 127 cadeiras em disputa na Câmara.
De 9 levantamentos compilados pela Folha, 5 dão vantagem à chapa do governo, encabeçada pelo ex-presidente Néstor Kirchner. Os outros são favoráveis à aliança de centro-direita liderada pelo empresário Francisco De Narváez.
Kirchner leva a dianteira nas pesquisas de institutos que costumam trabalhar para o governo: Ceop, Ibarómetro, Ricardo Rouvier e Analogias. Também está na frente, mas em situação de empate técnico, para a Opinión Autenticada, que se diz independente. Os percentuais vão de 37,8% a 38,9% das intenções de voto, contra 31,7% a 34% para De Narváez.
O empresário lidera, dentro da margem de erro, as sondagens de Management & Fit, Isonomia, Giacobbe e Poliarquía. As duas primeiras costumam trabalhar para seu setor. O levantamento da Giacobbe foi pago por bancos, segundo a consultoria, e o da Poliarquía, pelo jornal "La Nación". Os percentuais de De Narváez vão de 33,1% a 35,4%, contra 31,6% a 33,5% para Kirchner.
O voto é dado a partidos ou alianças, que fazem listas com ordem predeterminada -quanto mais votos, mais candidatos são eleitos. Em geral, pelos números atuais, a divisão das cadeiras na Província ficaria assim: 13 para o governo, 13 para a Unión-PRO de De Narváez e nove para outras forças.

Perfil do eleitor
As sondagens ajudam a identificar onde cada candidato é mais forte. Segundo Jorge Giacobbe, da Giacobbe e Associados, o eleitor de Kirchner é, em geral, de baixo nível socioeconômico e idoso -os aposentados são alvo de medidas e de publicidade do governo. "A partir dos 70 anos, a vantagem cresce ainda mais." Já o voto a De Narváez vem do eleitorado jovem de todas as classes sociais, afirma Giacobbe.
A distribuição geográfica do voto reflete a estratégia dos candidatos. No chamado terceiro cordão da Grande Buenos Aires, mais pobre e onde 13 dos 17 prefeitos são candidatos a vereador para puxar votos para o governo, Kirchner tem 13 pontos de vantagem. A região concentra 40% dos votos da Província.
No primeiro cordão da Grande Buenos Aires, que reúne sete cidades de nível socioeconômico mais alto e 20% dos votos provinciais, a disputa está empatada. Já no interior (40%), área de perfil rural em que o governo perdeu muito apoio após o conflito tributário com o campo, iniciado em 2008, De Narváez está 15 pontos à frente.
Para o analista Ricardo Rouvier, próximo ao governo, a discussão sobre privatizações na última semana de campanha retirou votos de De Narváez. Após ataques do governo, o empresário disse que estatizaria empresas para contrabalançar o discurso privatista de seu principal aliado, o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri.


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