São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Dois carros que levavam colonos são alvo de tiros perto de Hebron; grupo ligado ao Fatah assume autoria

Atentado palestino mata quatro israelenses

DA REDAÇÃO

Palestinos armados abriram fogo ontem contra dois carros israelenses na Cisjordânia, matando quatro colonos judeus e ferindo outros três. Três das vítimas pertenciam a uma mesma família: um casal com um filho de 15 anos.
O ataque, perto da colônia de Carmel, a cerca de 5 km de Hebron, reforça os temores de um novo ciclo de violência. Na terça-feira, Israel bombardeou o edifício em Gaza onde vivia o líder do grupo extremista islâmico Hamas Salah Shehada. Além dele, morreram outros 14 palestinos, entre os quais nove crianças.
Os terroristas atiraram contra o primeiro veículo pouco antes do início do shabat, dia judaico do descanso. As três vítimas atingidas, da colônia de Psagot, viajavam para passar o shabat com amigos. A quarta pessoa a morrer estava no outro carro, a 4 km do local. Os terroristas fugiram.
"O terror palestino se fechou contra o seu alvo preferido: israelenses inocentes", disse David Baker, porta-voz do premiê Ariel Sharon. "Esse ataque é uma prova de que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) está envolvida no terror. Os terroristas estão obcecados com qualquer perspectiva de atacar israelenses em nossas ruas, mercados ou estradas."
As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo ligado ao Fatah (do presidente da ANP, Iasser Arafat), assumiu a autoria do ataque.
Operações desse tipo contra colonos nas estradas da Cisjordânia se tornaram frequentes desde o início da Intifada (levante contra a ocupação), em setembro de 2000.
Tropas israelenses entraram ontem na cidade de Gaza e derrubaram dois prédios que estariam sendo usados para a fabricação de mísseis Qassam. Quatro palestinos ficaram feridos na ofensiva.
Palestinos dispararam um míssil antitanque contra um ônibus blindado que carregava civis israelenses na estrada Karni-Netzarim, na faixa de Gaza. Ninguém se feriu. É a primeira vez que esse tipo de armamento é utilizado contra um ônibus.
O Hamas escolheu ontem o sucessor de Shehada à frente de sua ala militar. Milhares de manifestantes marcharam no campo de refugiados de Jabalya em apoio ao novo líder, cujo nome não foi revelado por "razão de segurança".
Ao menos 1.467 palestinos e 564 israelenses já morreram nos quase dois anos da Intifada.

ONU
Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU ontem para debater uma resolução patrocinada por árabes condenando Israel pela ação em Gaza, os EUA anunciaram uma nova política. Segundo uma autoridade americana, o embaixador do país, John Negroponte, disse que Washington vetará resoluções que deixem de incluir menções às vítimas israelenses e aos atentados palestinos.
Afirmou também que futuras resoluções terão de conter condenação ao terrorismo, citando explicitamente grupos como o Hamas, o Jihad Islâmico e as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.


Com agências internacionais

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