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Política externa forte dos EUA está de volta, diz Hillary
Em entrevista a rede de TV americana, secretária de Estado defende histórico do presidente Obama em temas como Irã
Chefe da diplomacia afirma que ainda espera ver uma mulher eleita presidente no país, mas que não tem
mais intenção de concorrer
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Com seis meses de governo, a
secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez um
grande balanço de sua atuação
no governo Barack Obama. Em
entrevista à rede de TV NBC,
Hillary deixou uma mensagem
clara: a política externa forte
americana está de volta.
"Esta foi minha mensagem
quando fui para a Ásia: os EUA
estão de volta, e nós estamos
prontos para liderar", disse.
Na última semana, Hillary
voltou ao noticiário sugerindo
que o país pode armar os aliados na região do golfo Pérsico
contra o Irã, caso ele persista
com o programa nuclear. E foi
alvo de críticas do governo da
Coreia do Norte, que a classificou como "vulgar" e "pouco inteligente" após ela dizer que o
país se comportava como uma
criança em busca de atenção.
Hillary destacou como pontos principais nos primeiros
seis meses o início do processo
de retirada das tropas americanas do Iraque, a política de não
proliferação nuclear, a criação
de uma resposta conjunta com
outras nações em relação às políticas adotadas pela Coreia do
Norte e pelo Irã e o fortalecimento da relação com a Índia.
Segundo a secretária de Estado, a nova estratégia inclui a
concentração de esforços em
diversos assuntos importantes
ao mesmo tempo.
"Nós estamos trabalhando
em todos os lugares que podemos para deixar claro que os
EUA não podem resolver todos
os problemas do mundo sozinhos, mas o mundo não pode
resolvê-los sem os EUA", disse.
Ela diz que os EUA querem
negociar com a Coreia do Norte, mas que não pretendem recompensar meias medidas.
"Eles se envolveram em uma
série de ações de provocação
nos últimos meses. O que nós,
China, Rússia, Coreia do Sul e
Japão e literalmente a unanimidade da comunidade internacional temos dito é que desta
vez isso não vai funcionar." Para Hillary, Pyongyang representa uma ameaça para aliados
como Japão e Coreia do Sul.
Ela comentou ainda sobre o
"recomeço" das relações com a
Rússia e a mudança de estratégia no Afeganistão.
Em relação ao Irã, disse que
os EUA estão fazendo tudo que
podem para evitar que o país
desenvolva uma arma nuclear,
mas não quis comentar se a
proposta de armamento na região do golfo Pérsico, chamada
de "guarda-chuva de defesa",
seria necessariamente nuclear.
Questionada se não seria um
contra-senso negociar com o
governo do Irã, já que ele enfrenta críticas quanto a sua legitimidade, Hillary afirmou
que na diplomacia não se escolhe com quem se negocia. Disse
ainda que no passado os EUA já
negociaram com governantes
que não representavam a vontade do povo.
Mulher na Presidência
Hillary afirmou que ainda espera ver uma mulher eleita presidente nos EUA, mas disse que
não tem mais intenção de concorrer. "Não tenho absolutamente nenhuma crença de que
isso possa acontecer."
Ela se recusou a comentar as
eventuais chances da republicana Sarah Palin, que deixou o
cargo de governadora do Alasca, e disse que espera ver uma
democrata eleita.
A secretária negou os rumores de ter sido ofuscada por
Obama nos últimos meses. Disse ter uma troca aberta e justa
na relação com o presidente e
que deixou a eleição para trás.
"Segui em frente, não sou alguém que vive focada no passado." Ela também apoiou a política interna do presidente, elogiando seu esforço para aprovar a reforma do sistema de
saúde, e disse estar confiante
na aprovação pelo Congresso.
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