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JUSTIÇA
No final de 2001, 1 em cada 32 adultos no país estava preso ou em liberdade condicional; número é 2,3% superior ao de 2000
EUA têm mais de 6 milhões de condenados
JONATHAN SALANT
DA ASSOCIATED PRESS, EM WASHINGTON
Um em cada 32 adultos (cerca
de 3%) nos Estados Unidos estava
atrás das grades ou em liberdade
condicional no final do ano passado, de acordo com um relatório
do governo divulgado ontem. A
proporção equivalia a 6,6 milhões
de pessoas no sistema correcional, um número recorde.
O número de adultos sendo supervisionados pelo sistema de
Justiça criminal aumentou em
147,7 mil, ou 2,3%, entre 2000 e
2001, informou o Departamento
da Justiça americano. Em 1990,
havia quase 4,4 milhões de adultos encarcerados ou sob liberdade
vigiada.
""As cifras globais sugerem que
passamos a depender do sistema
de Justiça criminal como resposta
aos problemas sociais, e isso em
grau inusitado", disse Marc
Mauer, diretor-assistente do Projeto Sentenciar, um grupo de pesquisas e conscientização que busca alternativas ao encarceramento de infratores. ""A cada dia que
passa é um novo recorde."
O relatório do Birô de Estatísticas da Justiça revelou que quase 4
milhões de pessoas estavam em liberdade condicional -2,8% a
mais do que em 2000-, enquanto o número de pessoas libertadas
com sursis aumentou 1%, chegando a 731.147. O número de
pessoas detidas em prisões subiu
1,1%, chegando a 1,3 milhão; foi o
menor aumento anual em quase
três décadas.
Enquanto isso, o número de
pessoas presas em cadeias subiu
1,6%, para 631.240. Mais da metade das pessoas em liberdade condicional -53%- foram condenadas por crimes ou delitos graves.
Os especialistas observaram
uma queda nas detenções por homicídio, estupro e outros crimes
violentos. Muitas das pessoas em
liberdade condicional foram condenadas por usar drogas ilegais
ou dirigir embriagadas, observou
o relatório.
Além disso, alguns Estados eliminaram as sentenças mínimas
compulsórias para determinados
crimes. A Proposta 36, aprovada
em plebiscito na Califórnia em
2000, com 61% dos votos, prevê
que os usuários de drogas que não
tenham comportamento violento
recebam tratamento médico e
não sejam condenados à prisão. A
maioria desses usuários acaba em
liberdade condicional.
""O conjunto de reformas, desde
tribunais para julgar delitos ligados a drogas até a opção pelo tratamento em lugar da prisão de
usuários, além de reformas nas
sentenças, eliminando as sentenças mínimas obrigatórias e ampliando as opções de serviço comunitário, tiveram o efeito de redirecionar pessoas da prisão para
a liberdade condicional", disse
Nick Turner, diretor de programas nacionais do Instituto Vera
de Justiça, um grupo de pesquisas
sem fins lucrativos que colabora
com o governo em questões referentes à Justiça criminal.
O relatório do governo constatou que 46% das pessoas libertadas por sursis em 2001 satisfizeram as condições da supervisão
controlada, enquanto 40% voltaram à prisão ou cadeia por terem
violado as condições.
O Texas era o Estado que tinha
mais adultos sob supervisão correcional -755,1 mil. A Califórnia
vinha em segundo lugar, com
704,9 mil. O Texas também tinha
o maior número de adultos em
condicional -444.684-, seguido novamente pela Califórnia,
com 350.768.
As estatísticas mostram que
55% das pessoas em liberdade
condicional são brancas, e 31%,
negras. Por outro lado, 46% das
pessoas encarceradas são negras,
e 36%, brancas.
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