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Irã dá início a nova fase de reator nuclear
Em desafio à ONU, presidente inaugura usina que pode ser usada para produzir plutônio e diz que país não ameaça Israel
Conselho de Segurança deu prazo até quinta-feira para que Teerã interrompa seu programa atômico, sob o risco de enfrentar sanções
DA REDAÇÃO
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, participou
ontem do lançamento de uma
nova fase da usina de água pesada de Arak, a 190 km de Teerã. A cerimônia ocorreu apesar
do prazo imposto pela ONU para que o país interrompa seu
programa nuclear.
Ahmadinejad afirmou que o
controverso programa nuclear
iraniano não representa ameaça a nenhum país vizinho, nem
mesmo a Israel "que é um inimigo definitivo" e que Teerã
não desistirá do direito de desenvolver a tecnologia nuclear,
apesar do temor ocidental de
que o Irã consiga produzir
bombas atômicas.
O governo de Israel preferiu
não comentar as declarações de
Ahmadinejad. No ano passado,
o presidente iraniano afirmou
que Israel deveria "ser varrido
do mapa". O deputado Ephraim
Sneh, do Partido Trabalhista,
porém, disse que a produção de
água pesada marca "um passo
para o Irã avançar em direção à
bomba atômica".
Durante o discurso, Ahmadinejad declarou que o Irã nunca
irá abandonar seu programa
nuclear e reiterou que a produção de armas nucleares não faz
parte de suas metas.
As declarações do presidente
iraniano ocorreram alguns dias
antes do prazo estabelecido pelo Conselho de Segurança da
ONU -próxima quinta-feira-,
que exortou o Irã a pôr fim ao
seu programa de enriquecimento de urânio ou que esteja
preparado a enfrentar possíveis sanções econômicas.
Teerã considerou a resolução
do CS "ilegal". Na terça-feira, o
governo de Teerã declarou estar aberto a negociações ao entregar sua resposta ao pacote
de incentivos oferecido pela
potências para que suspenda
suas atividades nucleares, mas
disse não concordar com as exigências ocidentais de que a interrupção do enriquecimento
de urânio seja uma condição
prévia para as conversações.
Quarto maior exportador de
petróleo do mundo, o Irã afirma que seu programa nuclear
tem fins pacíficos e que o país
busca apenas uma fonte alternativa de energia.
Quando for concluído, o projeto no complexo de Arak irá
produzir plutônio como um
subproduto que pode ser usado
para construir ogivas atômicas.
Mas o reator que irá produzi-lo
ainda está em construção. Só
deverá estar pronto em 2009.
Embora o governo de Teerã
esteja sujeito a enfrentar sanções se não respeitar o prazo
determinado pela ONU, a divisão entre as potências mundiais sobre como lidar com a república islâmica deve postergar
uma ação mais concreta.
Segundo o "Los Angeles Times", Washington já deu sinais
de que está disposto a formar
uma coalizão, independente da
decisão da ONU, para congelar
os ativos iranianos e restringir
o comércio, se necessário. Mas
analistas dizem que a adoção de
sanções sem adesão maciça teria impacto limitado.
Um representante do governo iraniano disse que o projeto
de Arak não potencializa o risco, pois um reator nuclear do
porte do que foi inaugurado ontem não tem uso militar.
Com agências internacionais
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