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Militares dos EUA divergem sobre Iraque
Comandantes em campo pressionam pela manutenção das tropas, enquanto Pentágono favorece retirada significativa
Em resposta a críticas, premiê iraquiano diz que políticos americanos devem parar de tratar país árabe "como uma de suas aldeias"
16.jul.07/Departamento da Defesa dos EUA-Associated Press
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David Petraeus (dir.), chefe das forças no Iraque, e Peter Pace, chefe do Estado Maior, divergem sobre nível de tropas no país árabe |
DA REDAÇÃO
Além da luta contra a insurgência e a rede terrorista Al
Qaeda, os generais dos Estados
Unidos enfrentam agora uma
nova batalha no Iraque: a disputa entre os próprios militares sobre a estratégia americana no conflito.
Os jornais mais influentes
dos EUA afirmam que o general
Peter Pace, chefe do Estado
Maior americano, está inclinado a recomendar a retirada de
cerca de metade dos mais de
160 mil soldados que estão
atualmente no Iraque. Apesar
de não oficializada, a recomendação já foi rejeitada pelos mais
altos oficiais americanos no
Iraque, que preferem manter
por mais tempo um número reforçado de soldados em campo.
No último sábado, o major
general Rick Lynch, um dos comandantes sêniores no Iraque,
desafiou Pace em público ao
afirmar que uma redução nas
forças atualmente destacadas
no conflito representaria "um
grande retrocesso". A crítica de
Lynch se alia ao posicionamento do general David Petraeus,
comandante máximo das forças americanas no Iraque, que
já se mostrou avesso a uma retirada significativa dos soldados.
O senador republicano John
Warner, figura-chave na definição das políticas militares do
Congresso, afirmou ontem que
o Departamento da Defesa
(Pentágono) e os comandantes
em campo tentarão "resolver
suas diferenças" nesta semana.
"O time no Iraque quer que as
tropas permaneçam em sua capacidade máxima por tanto
tempo quanto possível, e o time
em casa tem uma visão mais
ampla da situação", afirmou
Warner, que defende o retorno
imediato de parte dos soldados.
O Pentágono vai apresentar
em setembro uma avaliação
dos resultados do aumento de
tropas no Iraque ordenado em
janeiro pela Casa Branca. O relatório será crucial para determinar se os congressistas vão
insistir em um cronograma para o início da retirada.
Em Bagdá, o premiê iraquiano, Nuri al Maliki, afirmou ontem que os políticos americanos devem parar de tratar o
país como "uma de suas aldeias". Vários políticos, incluindo a senadora democrata
Hillary Clinton, defenderam a
saída do premiê do governo.
"Há americanos que consideram o Iraque como uma de suas
aldeias, como Hillary Clinton e
[o senador democrata] Carl Levin", disse o premiê ontem. Maliki afirmou ainda que exigirá
desculpas do chanceler francês,
Bernard Kouchner, que também defendeu sua substituição.
Apesar das críticas, Al Maliki
anunciou ontem que ele, que é
xiita, e líderes sunitas e curdos
chegaram a um consenso sobre
leis consideradas pelos EUA vitais para a normalização política do país, entre as quais a lei
sobre a divisão da renda do petróleo e a que permitirá a volta
de antigos membros do partido
Baath, de Saddam Hussein, a
cargos civis e militares.
Com "The Independent" e Associated Press
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