São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2011

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Atentado contra ONU mata 18 na Nigéria

Suicida explodiu carro-bomba depois de passar por barreiras de segurança; grupo islâmico assumiu a autoria

Local tem 400 pessoas trabalhando; pelo menos 50 delas foram encaminhadas a um hospital de Abuja


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um terrorista suicida explodiu ontem o prédio da ONU em Abuja, capital da Nigéria, e matou pelo menos 18 pessoas.
Dirigindo um Honda, ele passou por dois portões do complexo com seguranças e parou o carro na entrada do prédio.
Pelo menos 50 pessoas foram levadas ao Hospital Nacional, próximo ao local do crime. Médicos fizeram um apelo para que a população doe sangue.
A sede da ONU em Abuja agrupa 26 agências que operam na Nigéria, como Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Pnud (Programa da ONU para o Desenvolvimento) e OMS (Organização Mundial da Saúde), e conta com 400 funcionários.
Não se sabe ainda quantas pessoas estavam no local na hora do ataque. O prédio tem cinco andares e fica próximo à embaixada dos EUA.
A explosão ocorreu por volta das 11h locais (6h30 no Brasil) e causou um enorme buraco dentro do imóvel.

HOMEM-BOMBA
O grupo extremista Boko Haram assumiu a autoria do atentado. Na tradução em hausa, significa "educação ocidental é pecaminosa".
O grupo defende a imposição da sharia, a lei islâmica, no norte do país, que tem maioria muçulmana. No sul, a maioria é cristã.
Em 2009, o grupo fez um ataque e matou cerca de 800 pessoas em duas cidades no nordeste do país durante cinco dias. Em resposta, os militares nigerianos montaram uma operação para acabar com a facção, capturaram e mataram o líder, além de centenas de militantes.
Os extremistas voltaram a fazer atentados em 2010, matando policiais, políticos e líderes religiosos.
As autoridades nigerianas temem que o grupo e a Al Qaeda no Magreb Islâmico, braço da rede terrorista no norte da África, estejam juntando forças para operar.

ALVO
O edifício da ONU tinha um bom esquema de proteção, disseram os funcionários. Os veículos que não pertenciam à organização não podiam aproximar-se da entrada do prédio, que ficava há cerca de dez metros da rua.
A segurança foi incrementada depois que, no mês passado, o escritório da organização foi informado de que poderia ser alvo de extremistas. Os escritórios da ONU são alvos constantes de terroristas em países com guerras civil e situações de conflito.
Os governos de Brasil, EUA, Argentina, México, além da Nigéria e do líder da União Europeia, condenaram o atentado. O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, disse que "foi um ataque àquelas pessoas que que passam a vida ajudando os outros".
Sua vice, Asha-Rose Migiro, e o chefe da segurança, Gregory Starr, vão conduzir as investigações no país.
Em 19 de agosto de 2003 um atentado contra a ONU deixou 23 mortos em Bagdad, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que estava no país como representante do secretário-geral da entidade.


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