São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2011

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ORIENTE MÉDIO

Desenhista sírio permanece sob cuidados após ter sido espancado

DE SÃO PAULO - O cartunista sírio Ali Ferzat, 60, recuperava-se ontem após ter sido espancado na quinta-feira por homens armados e mascarados.
Renomado por charges políticas críticas ao ditador Bashar Assad, Ferzat teve ossos das mãos quebrados, em sinal de que o ataque visava impedi-lo de continuar a desenhar.
"[Os agressores] disseram a ele que podem fazer pior, da próxima vez", diz à Folha Hozan Ibrahim, porta-voz do LCC (comitê sírio de resistência).
Ibrahim afirma ter certeza de que o espancamento foi ordem do governo -que, por sua vez, diz que investigará o caso.
Foram divulgadas nos últimos dois dias fotografias de Ferzat com as mãos enfaixadas. O ataque, repercutido na mídia internacional, ocupou o noticiário em sites sobre HQs.
Um comunicado do Departamento de Estado dos EUA chamou de "deplorável" o "ataque do governo sírio dirigido contra Ali Ferzat, o caricaturista político mais popular do país e um ativista de direitos humanos de longa trajetória".
Antes de herdar o governo da Síria, em 2000, Assad visitou exposições de Ferzat e chegou a encorajar seu trabalho.
O desenhista, porém, tornou-se crítico do governo, principalmente após o recrudescimento da repressão aos protestos populares. Grupos humanitários estimam que mais de 2.000 pessoas morreram desde março deste ano.
Ferzat desenhou os levantes nos países árabes, publicando ilustrações em jornais locais e na internet. (DIOGO BERCITO)



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