|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Secretário afirma ainda que insurgência está mais violenta, mas que não há razão para pessimismo
Antiamericanismo aumenta, diz Powell
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse
ontem que o antiamericanismo
cresce no mundo islâmico e que a
insurgência no Iraque está se tornando mais violenta, o que pode
chegar a afetar as eleições programadas para janeiro.
Disse, no entanto, que não há
razões para pessimismo. Citou o
caso do Afeganistão, em que 10
milhões de eleitores se inscreveram para as eleições presidenciais
de 9 de outubro. "Creio que o
mesmo ocorrerá com o Iraque, se
conseguirmos derrotar a insurgência", disse, em entrevista a
uma rede de TV.
Segundo Powell, os insurgentes
intensificaram suas ações no Iraque por querer prejudicar o cronograma eleitoral.
O secretário de Estado, diz a
agência Reuters, mostra-se menos otimista que o presidente
George W. Bush, que na última
quinta-feira disse que o Iraque se
movia vagarosamente na direção
de dias melhores.
Referindo-se em outra entrevista ao esforço americano de desalojar os insurgentes de bolsões
geográficos que eles controlam no
Iraque, Powell disse que o objetivo é fazer com que essas áreas voltem ao controle do governo local.
Há "menos de mil" combatentes
estrangeiros que auxiliam grupos
islâmicos, afirmou.
Em declarações para uma terceira rede de TV, disse que os
EUA garantirão a segurança dos
agentes da ONU para que as eleições ocorram dentro da máxima
normalidade possível. O esforço é
para que a votação não se inviabilize em locais conflagrados.
Insurgência em números
O "Washington Post" publicou
estudo encomendado pelo Pentágono à Kroll, empresa privada de
inteligência, que quantifica o aumento dos atos da insurgência
iraquiana contra a presença de
tropas estrangeiras naquele país.
Nas duas últimas semanas,
atentados mataram 250 iraquianos e 29 americanos. No período,
o número médio de explosões
contra alvos pró-ocidentais foi de
70, contra 40 a 50 no período que
precedeu a transferência de poder
ao governo provisório local, em
fins de julho. Só na última quarta-feira registraram-se em Bagdá 28
atos hostis.
Há desde emboscadas, que envolveram 30 insurgentes, ao lançamento, por adolescentes, de coquetéis molotov sobre militares
nos bairros xiitas de Bagdá.
O mapeamento dos atentados
demonstra que a insurgência está
ativa em toda grande e média cidade no centro, norte e oeste do
Iraque. As únicas áreas calmas
são as sob controle curdo.
Esse quadro contrasta com a
afirmação do presidente Bush de
que o Iraque em geral "está calmo" e que a insurgência atua em
pontos isolados do território. O
premiê Ayad Allawi disse na
quinta-feira que a calma permitiria eleições, "já amanhã", em 15
das 18 províncias iraquianas.
O "Washington Post", em outra
reportagem, disse que os EUA estão dando os últimos retoques em
planos destinados a pacificar regiões em que os insurgentes podem prejudicar as eleições.
Há a tentativa de "limpeza" de
focos extremistas nas capitais
provinciais e Fallujah. Pensa-se
também em transferir o registro
eleitoral para os 600 pontos utilizados para a distribuição mensal
de cestas básicas.
Limitações
O "New York Times" publicou
estudo feito para o Pentágono por
especialistas independentes que
fornece um quadro "alarmante"
sobre a insuficiência e a exaustão
das forças americanas na tarefa de
pacificar o Iraque.
O senador democrata Jack
Reed, que teve acesso ao texto,
considerou-o "instigante e alarmante". Mas o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, negou que
seja esse o conteúdo.
Refém britânico
O irmão de Kenneth Bigley, seqüestrado no Iraque, declarou
ontem ter recebido informações
de que ele está vivo, sem dar
maiores detalhes. A morte do refém fora anunciada no sábado
por um site terrorista. Segundo a
agência AFP, informações semelhantes foram recebidas em Londres pelo Observatório Islâmico.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Furacão: Jeanne mata e deixa a Flórida sem energia Próximo Texto: EUA prendem general por jogo duplo com terror Índice
|