|
Próximo Texto | Índice
Capital humano distingue Argentina, afirma Cristina
Para candidata, composição social e imigração européia diferenciam país de vizinhos
Favorita à Presidência, senadora diz a empresários dos EUA que ela e Kirchner são comparáveis ao casal Bill e Hillary Clinton
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Favorita na disputa pela Presidência da Argentina, a senadora e primeira-dama Cristina
Fernández de Kirchner disse
ontem que o "capital humano"
de seu país o diferencia dos vizinhos. "O povo argentino tem
características de composição
social que, junto com a imigração européia, geraram uma capacitação do capital humano
francamente distinta das demais nações latino-americanas", afirmou.
"É um povo que não tem os
problemas de caráter étnico,
religioso ou migratório dos outros países do continente", continuou, durante almoço com
empresários americanos promovido pelo Conselho das
Américas em Nova York.
Sua intenção era destacar a
qualidade da mão-de-obra argentina como vantagem competitiva para atrair investimentos estrangeiros. Na platéia estava Thomas Shannon, subsecretário de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental.
A senadora comparou-se e ao
marido, o presidente Néstor
Kirchner, ao casal Bill e Hillary
Clinton, que ocupou a Casa
Branca de 1993 a 2001. "Nos
EUA, democratas [partido dos
Clinton] eram considerados
maus administradores. Porém,
foram os republicanos, que vieram depois, que criaram o déficit nas contas públicas. Igualmente, na Argentina, foram os
liberais os maiores responsáveis pela crise [econômica] que
atingiu o país."
Ela havia se encontrado com
Bill Clinton pela manhã, em
evento sobre mudança climática organizado por ele.
Cristina também comentou
que Hillary e ela estão sofrendo
um mesmo preconceito "machista". "Nunca perguntaram
ao Kirchner qual era o meu papel no seu governo. Mas agora
me questionam sobre qual seria a sua função na minha administração", comentou.
A senadora deixou claro aos
empresários que um governo
seu seria uma extensão do do
marido. "Nos últimos quatro
anos e meio, foi realizada uma
política de desendividamento
muito forte que vai continuar,
com superávit fiscal, superávit
comercial e reindustrialização", afirmou ela . "A política
macroeconômica, construída
com o esforço de todos, dá uma
certeza e uma previsibilidade
para os investidores."
Cristina explicou que o governo do marido em muito
pouco tempo conseguiu tirar o
país de uma crise "devastadora,
que praticamente colocou a Argentina à beira da implosão".
"Temos resultados concretos.
O crescimento deste ano é o
maior do último século. E havia
200 anos o país não avançava
por cinco anos consecutivos como agora." Na sua opinião, "ganhar dinheiro não é pecado".
Mas é preciso combinar a "renda empresarial com a rentabilidade social".
Cristina evitou o contato
com jornalistas e, ao final do
encontro, respondeu a apenas
três perguntas -geralmente,
em eventos desse tipo, o convidado responde a cerca de dez.
As eleições argentinas serão em
28 de outubro.
Próximo Texto: Exército ataca manifestantes em Mianmar Índice
|