DA ENVIADA A BERLIM

O cenário previsto pelas pesquisas de opinião para as eleições de hoje na Alemanha é tão apertado que os principais institutos e analistas não se arriscam a proclamar os possíveis vencedores.
Parte da cautela tem como antecedente as eleições federais de 2005. Naquele ano, eleições foram convocadas depois que o então chanceler (premiê) Gerhard Schröder, social-democrata que chegara ao poder em 1998, perdeu um voto de confiança no Parlamento.
Pesquisas indicavam uma vantagem de 21 pontos da opositora União Cristã Democrata (CDU), liderada por Angela Merkel, sobre o Partido Social Democrata (SPD), que tentava manter o poder com o próprio Schröder à frente. Porém, a contagem final dos votos revelou uma diferença de apenas um ponto entre os dois partidos, que acabaram tendo que formar um governo de grande coalizão, liderado por Merkel, mas com ministros social-democratas como o próprio Frank-Walter Steinmeier, que agora enfrenta a chanceler nas urnas.
Agora, há pelo menos duas semanas as pesquisas apontam a mesma tendência: uma vitória de Merkel sobre Steinmeier, por cerca de nove pontos. Porém, uma aliança com seu parceiro preferencial, o Partido Democrata Liberal (FDP, de direita), não alcançaria os 50% necessários para uma coligação majoritária.

Repetição
Isso pode levar à formação de uma nova grande coalizão entre CDU e SPD. Em geral, uma grande coalizão nasce quando os dois partidos dominantes, com diferentes orientações ideológicas, se unem em um só governo.
Embolam a definição do cenário os estimados 25% de indecisos -que nem sequer se sabe se vão realmente votar, já que o voto na Alemanha é facultativo. "As pessoas sabem que seu partido de preferência não vai ter maioria sozinho. Então estão tentando fazer o cálculo de quais serão as possíveis constelações a serem formadas após o domingo", afirma Richard Hilmer, diretor do Infratest Dimap, um dos mais respeitados institutos de pesquisa alemães -e que se recusa a vaticinar resultados.
(CVN)


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