São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2011

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Novos cortes levam a greve que paralisa transporte na Grécia

Paralisação de 24 horas deixou trânsito ainda mais caótico em Atenas; policiais também se manifestaram

Parlamento vota hoje medidas de austeridade que preveem taxa extra sobre imóveis; premiê grego viaja à Alemanha

Alkis Konstantinidis/Efe
Passageiros andam em ônibus lotado em Atenas durante greve do setor de transportes

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Enquanto um novo plano de resgate à Grécia é discutido por vizinhos europeus, no país seguem protestos e greves contra as medidas de cortes adotadas pelo governo.
Hoje, o governo tentará aprovar no Parlamento mais uma medida de austeridade para mostrar à União Europeia e ao FMI (Fundo Monetário Internacional) que está se esforçando para receber a nova parcela do empréstimo, de € 8 bilhões (R$ 20,2 bilhões).
A população, no entanto, não está satisfeita com a nova medida, que prevê uma taxa extra sobre a propriedade de imóveis. Ontem, todo o setor de transportes parou, o que piorou o já caótico trânsito de Atenas. Funcionários do metrô e de trens da cidade e da região metropolitana fizeram uma greve de 24 horas, que provocou grandes congestionamentos e superlotação nos ônibus e bondes, que circularam apenas pela manhã.
Os passageiros de avião também sofreram com a "operação-padrão" dos controladores de tráfego, e até os policiais se manifestaram, exibindo uma grande faixa preta no monte Lycabettus com a frase "Dia de pagamento, dia de luto".
No fim desta semana, deve haver outra paralisação, de 48 horas, de todo o setor de transportes. As centrais sindicais do país também convocaram uma greve geral do setor público para o próximo dia 5 e uma paralisação nacional em 19 de outubro.

LOBBY
Assim que retornou de Washington, onde manteve encontros no FMI, o ministro de Finanças grego, Evangelos Venizelos, já começou a pressionar os parlamentares para aprovar, na noite de hoje, a nova e impopular medida de austeridade.
O texto que será submetido ao Congresso inclui um novo imposto sobre propriedades -que será pago por meio das contas de luz-, cortes em pensões e mais aumentos de impostos.
O governo argumenta que, sem essas medidas, não conseguirá pagar salários e aposentadorias no próximo mês.
Hoje, o primeiro-ministo grego, George Papandreou, vai a Berlim apresentar à chanceler alemã, Angela Merkel, os planos de reforma. Na próxima quinta-feira, o Parlamento alemão votará a ampliação de competências do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, criado para ajudar os países da zona do euro que ameaçam dar calote. Merkel disse acreditar que a maioria governista ajudará a passar o texto. No domingo, a chanceler descartou a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro.

Colaborou VAGUINALDO MARINHEIRO, de Londres


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