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Colonos e religiosos insistem em referendo
DA REDAÇÃO
Colonos judeus e grupos extremistas judaicos, além de outros
opositores ao plano de retirada de
Gaza, voltaram a defender o referendo e insistiram mais uma vez
em que o premiê israelense, Ariel
Sharon, é um traidor.
Segundo a rede de TV CNN, 60
rabinos israelenses voltaram a pedir ontem que soldados contrários ao desmantelamento dos assentamentos se recusem a acatar
ordens se seus superiores.
O Conselho Yesha de colonos
disse: "Sharon não pode continuar usando uma pressão brutal e
o apoio da extrema esquerda. Estamos certos de que, no referendo, seria vista a profunda oposição a esse plano desastroso".
Avi Frahan, líder dos colonos
em Gaza, disse estar "desapontado" com a decisão do Knesset e
que continuará fazendo campanha contra a retirada das colônias
e a favor de um referendo.
Mais duro, o líder do partido
pró-colonos União Nacional, Aryeh Eldad, afirmou que "Sharon
venceu, mas foi uma vitória de
Pirro. Os dias dele como premiê
de Israel estão contados".
Diante do Knesset, em Jerusalém, manifestantes também atacaram Sharon. "Eu vim até aqui
para mostrar aos israelenses que
Gaza é nossa terra e a minha casa.
Nenhuma força na terra pode me
tirar de lá", disse David Pinipnta,
31, do assentamento de Neve Dekalim, em Gaza.
Pôsteres tinham dizeres como
"Sharon está desengatado da realidade" e "a retirada dos assentamentos é um vitória do terror".
No dia anterior, simpatizantes
de Sharon conseguiram reunir
milhares de pessoas no mesmo
lugar para declarar apoio ao plano
de retirada de Gaza.
Palestinos
Os palestinos, que estiveram
completamente afastados de
qualquer debate sobre a retirada
de Gaza, afirmaram ontem, por
meio do ministro Saeb Erekat,
que, "se fossem sérios sobre a paz,
os israelenses deveriam voltar para a mesa de negociação para implementar o "roteiro da paz" [plano patrocinado pelos EUA]. A
saída de Gaza deve ser uma parte
do "roteiro da paz", não uma alternativa a ele". Os palestinos afirmam que a saída de Gaza tem como objetivo a consolidação da
presença de Israel na Cisjordânia.
Os grupos terroristas palestinos
aproveitaram a oportunidade para tentar vender a idéia de que Israel desocupará a faixa de Gaza
após uma suposta derrota militar.
"A aprovação do plano de Sharon é uma grande conquista da
resistência palestina, que conseguiu fazer que o inimigo sionista
decidisse deixar Gaza", disse o
Hamas em comunicado.
EUA
O Departamento de Estado dos
EUA celebrou o resultado da votação como um passo na direção
da paz com os palestinos. "Consideramos o plano de retirada uma
oportunidade para avançar [em
direção a paz], o que é interessante para os dois lados", disse o porta-voz Adam Ereli.
Com agências internacionais
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