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China convoca cúpula com africanos
País rejeita críticas de que ignora ambiente e corrução ao investir na África; 40 chefes de Estado estarão presentes
Encontro será realizado em Pequim, na próxima semana; investimentos chineses no continente somam US$ 6,7 bilhões
RICHARD McGREGOR
DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM
A China rejeitou críticas de
que esteja ignorando os padrões de proteção ambiental e
combate à corrupção em seu
esforço para cortejar a África,
às vésperas de uma conferência
de cúpula sem precedentes, em
Pequim, envolvendo mais de
40 líderes do continente.
A China anunciou ontem que
todos os 48 países africanos
convidados para a conferência
de dois dias, na semana que
vem, enviarão representantes,
e que a maioria deles havia confirmado a presença de seus chefes de Estado.
Os cinco demais países dentre os 53 membros da União
Africana que reconhecem (Taiwan) -e não Pequim- como
representante legítima dos interesses chineses também foram convidados a enviar observadores.
A conferência de cúpula tentará fornecer lastro político a
um relacionamento que se desenvolveu nos últimos cinco
anos, propelido pela necessidade chinesa de matérias-primas,
especialmente petróleo.
Mas a expansão chinesa na
África também atraiu críticas
por desconsiderar os abusos
contra os direitos humanos em
países como o Sudão e pela recusa de Pequim a adotar um extenso código quanto a padrões
ambientais e sociais, seguidos
por muitas instituições de crédito internacionais.
Wei Jianguo, vice-ministro
do Comércio chinês, defendeu
o envolvimento chinês com a
África, alegando que os empréstimos em termos favoráveis, os projetos de infra-estrutura e os investimentos comerciais eram como "enviar lenha
para uma região coberta pela
neve".
"Os investimentos chineses
beneficiaram amplamente as
populações locais, e são populares entre elas", disse Wei. "E,
comparados aos produtos ocidentais, os chineses oferecem
melhor relação entre preço e
desempenho, e atendem melhor às necessidades dos consumidores."
A China havia investido cerca
de US$ 6,27 bilhões na África,
até o final do ano passado, cerca
de 10% do investimento internacional total na região. Pequim financiou portos, ferrovias e outros projetos de infra-estrutura. O maior impacto
surgiu no comércio bilateral,
que saltou de cerca de US$ 10
bilhões em 2000 para um total
estimado em US$ 50 bilhões,
em 2006. A balança comercial
favorece ligeiramente a África,
em termos bilaterais.
Angola, que superou a Arábia
Saudita como maior país fornecedor de petróleo à China, e a
África do Sul respondem por
cerca de um terço dos US$ 50
bilhões. Segundo o Ministério
do Comércio da China, 750
projetos foram completados
em 49 países africanos com assistência chinesa e 58 projetos
foram lançados em outros 26
países com empréstimos chineses.
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