São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2006

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Milionário promete dar US$ 5 milhões ao ano para político honesto africano

DA REUTERS, EM LONDRES

Um milionário sudanês está oferecendo aos políticos africanos um prêmio anual no valor de US$ 5 milhões, caso eles evitem se deixar seduzir pelo poder e pela corrupção. Mo Ibrahim afirmou ontem que seu prêmio seria entregue a líderes africanos que tivessem demonstrado excelência durante seus governos.
"Nada, simplesmente nada, importa mais para o desenvolvimento africano do que governo de boa qualidade. Hoje, estou lançando uma fundação cujo objetivo é mudar de maneira fundamental as escolhidas oferecidas aos líderes da África", disse Ibrahim, empresário do setor de telecomunicações que, no ano passado, vendeu a companhia panafricana Cel Tel para a MTC do Kuait por US$ 3,4 bilhões.
O prêmio de US$ 5 milhões será pago ao longo de dez anos, e, depois disso, os ganhadores receberão US$ 200 mil ao ano pelo resto da vida.
Promover o bom governo e erradicar a corrupção são considerados ingredientes essenciais ao desenvolvimento econômico do mais pobre dos continentes mundiais.
As potências ocidentais tentaram vincular o perdão de dívidas nacionais e verbas adicionais de assistência ao desempenho dos governos africanos nessas áreas.
Ibrahim espera que o prêmio inspire líderes africanos a prover segurança, saúde, educação e desenvolvimento econômico aos países. Um índice será usado para avaliar e comparar o desempenho de cada país. Segundo ele, os líderes africanos correm muitas vezes o risco de perder os privilégios e a segurança financeira conferidos pelo poder quando deixam seus cargos, o que pode incitar alguns a manter a posição e promover a corrupção.
Em Uganda, Guiné, Gabão, Burkina Fasso, República do Congo e Chade, líderes nacionais já usaram reformas constitucionais para prorrogar seus mandatos. Um esforço semelhante foi derrotado na Nigéria neste ano.
Personalidades como o líder sul-africano Nelson Mandela, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan e o ex-presidente dos EUA Bill Clinton elogiaram a iniciativa.


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