São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2006

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Premiê italiano teve impostos espionados

Espionagem aconteceu no final do governo Berlusconi

DA REDAÇÃO

O premiê italiano Romano Prodi, eleito em abril passado, e sua mulher, Flavia, foram espionados nos dois últimos anos do governo de Silvio Berlusconi, seu antecessor. Funcionários públicos checavam ilegalmente movimentações financeiras e as declarações de renda do casal, segundo revelaram promotores de Milão ontem.
Promotores estão investigando 128 pessoas acusadas de participar da máfia de espionagem, incluindo funcionários da Receita Federal italiana, da Guardia di Finanza, a polícia fiscal local, entre outras agências estatais.
O porta-voz do premiê, Silvio Sircana, disse que Prodi está "chocado e muito preocupado" pelas revelações. A espionagem não encontrou nenhuma irregularidade fiscal do casal.
Como a espionagem aconteceu no período em que Prodi concorria ao governo italiano e era o líder da oposição ao ex-premiê Silvio Berlusconi, as suspeitas recaem sobre o último governo conservador.
"É óbvio que somente motivações políticas claras e inaceitáveis estão por trás dessas atitudes", acusou Gianclaudio Bressa, deputado social-democrata, do partido de Prodi.
O porta-voz de Berlusconi disse que não houve complô contra Prodi e acusou o premiê de tentar distrair a atenção dos italianos. Além do casal Prodi, outros políticos e celebridades da televisão também tinham seus dados fiscais devassados.
No mês passado, a polícia prendeu um gerente e empregados da companhia telefônica Telecom Italia por um caso de grampos telefônicos a conhecidos executivos e empresários italianos. Outros escândalos recentes de espionagem fizeram o ministro do Interior, Giuliano Amato, determinar mudanças de pessoas no serviço secreto italiano.


Com agências internacionais

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