São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / RETA FINAL

A oito dias da eleição, Obama e McCain miram Sudoeste

Candidatos buscam eleitores indecisos; McCain diz que ainda acredita em vitória

Democrata sustenta uma margem acima de 7 pontos; republicano tenta descolar de Bush e corteja Nevada, Colorado e Novo México


DA REDAÇÃO

Na reta final da corrida presidencial norte-americana, John McCain e Barack Obama passaram o fim de semana cruzando os Estados do Meio-Oeste em busca do voto dos indecisos.
O foco dos candidatos em Colorado, Nevada e Novo México sublinha a mudança no mapa eleitoral nesta campanha.
Juntos os Estados somam 19 dos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para conquistar a Presidência (a eleição é indireta nos EUA) e podem amenizar uma derrota de McCain, por exemplo, em Estados de maior peso, como Flórida, que tem 27 votos, ou Ohio, com 20.
O republicano enfrenta uma questão urgente, como ele mesmo admitiu, diante de uma platéia de cerca de mil pessoas, em um evento no sábado em Albuquerque, Novo México: "A dez dias da votação, estamos alguns pontos atrás nas pesquisas e os analistas já nos descartaram".
Ontem, em uma entrevista ao programa "Meet the Press", da NBC, o republicano minimizou os levantamentos. "Estamos indo bem", disse. "Conseguimos avançar na última semana e vamos avançar mais."
Segundo a média de pesquisas nacionais compilada pelo site Real Clear Politics, Obama tem uma vantagem de 7,6 pontos percentuais sobre o adversário, com 50,4% a 42,8%.
Ainda assim, o democrata segue fazendo campanha intensamente. Cerca de 12 horas depois da passagem do republicano por Albuquerque, Obama esteve na cidade, onde participou de um encontro na Universidade do Novo México e lembrou que os resultados, apesar de sua aparente vantagem, não estão selados. "A mudança nunca vem sem luta", disse.
Ontem, ele esteve no Colorado, Estado sem preferência partidária clara onde as pesquisas o favorecem, e atraiu mais de 100 mil pessoas a um comício, segundo estimativas da polícia local -um novo recorde.

Bush
Um dos motes da campanha democrata tem sido associar a imagem de McCain à do presidente George W. Bush, que enfrenta seus piores índices de aprovação, na casa dos 20%. "Não permitiremos que Bush passe a tocha à McCain", disse ele no comício de ontem.
O republicano se defendeu ontem no "Meet the Press", dizendo que "respeita Bush, mas que não é Bush". Ele apontou que os dois discordam na condução de diversas questões, como a estratégia para a Guerra do Iraque e os gastos públicos.
O embaraço de McCain, que gosta de se apresentar como um desgarrado do rebanho, com o apoio de Bush a seu nome foi também alvo de sátira no programa de humor "Saturday Night Live" deste fim de semana, que tem aumentado sua audiência ao fazer dos republicanos tema de piada.


Com "New York Times" e agências internacionais


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