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Haiti despeja desabrigados, dizem ONGs
Denúncia de que vítimas do tremor deixaram acampamentos vem na hora em que país enfrenta surto de cólera
Casos de morte por doença chegam a 284 desde o princípio da
epidemia, mas crise
está contida na capital
DE SÃO PAULO
Pouco mais de 28 mil desabrigados haitianos, vítimas
do terremoto de janeiro, teriam sido obrigados a sair à
força de acampamentos em
terrenos particulares.
A denúncia foi apresentada ontem por ONGs à CIDH
(Comissão Interamericana
de Direitos Humanos).
Segundo a ONU, após o
tremor de 12 de janeiro, haitianos desabrigados se estabeleceram em pelo menos
1.268 acampamentos -a
maioria deles na região da
capital, Porto Príncipe.
O problema das expulsões
foi oficializado em agosto pelo representante do secretário geral da ONU, Edmond
Mullet. O jornal americano
"New York Times" afirmou
em reportagem que 140.175
desabrigados já sofreram
ameaças de despejo e 28.065
foram retirados à força.
O número de desabrigados
vivendo em acampamentos
chega a 1,3 milhão.
Segundo a ONU, muitos
donos de terrenos oferecem
dinheiro para que os desabrigados partam ou formam
grupos para retirá-los à força.
As tropas da ONU patrulham apenas os acampamentos maiores, mas não mantêm segurança permanente
na maioria deles.
Mario Joseph, da organização Escritório de Advogados
Internacionais, uma das entidades que apresentou as denúncias, disse que autoridades do governo, senadores,
juízes e policiais haitianos
são coniventes com as expulsões forçadas.
Segundo ele, os desabrigados são vítimas de ameaças
de morte, abusos sexuais,
agressões físicas e destruição
de suas tendas.
As organizações solicitaram à CIDH que mande uma
equipe ao Haiti para verificar
as violações.
EPIDEMIA
O número de mortes por
cólera voltou a subir no Haiti
entre anteontem e ontem
-chegando a 284. Foram 25
novos casos desde a contagem anterior.
Entre domingo e segunda-feira, o número de casos novos foi menor: apenas nove.
Os internados somam 3.612.
A ONU teme que "dezenas
de milhares" possam ficar
doentes no país e se esforça
para impedir o alastramento
da doença na capital -onde
estão os acampamentos. Ontem, exames mostraram que
apenas um dos cinco casos
suspeitos em Porto Príncipe
era realmente cólera.
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