São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Polícia reprime anticapitalistas nos EUA

Centenas de manifestantes do movimento 'Ocupe Wall Street' são presos em conflitos com as autoridades locais

Foram feitas detenções em Atlanta, Oakland e outras cidades; houve violência durante as prisões, dizem ativistas

VERENA FORNETTI

DE NOVA YORK

A resistência de manifestantes do movimento "Ocupe Wall Street" à ordem da polícia de desocupar parques e praças motivou centenas de prisões nos EUA. Em Atlanta, ontem de madrugada, cerca de 50 ativistas foram detidos.
Polícia e manifestantes entraram em confronto também em Oakland, na Califórnia, após oficiais determinarem a desocupação da praça onde manifestantes acampavam havia duas semanas. A prefeitura da cidade afirmou que as condições sanitárias no local haviam se deteriorado.
Cerca de cem pessoas foram presas na cidade californiana. Depois da desocupação, os ativistas fizeram marcha para pedir a praça de volta para o movimento. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Segundo relatos da mídia local, o enfrentamento começou na noite de terça-feira e durou aproximadamente seis horas. Os ativistas afirmam que houve violência durante as prisões e argumentam que o movimento é pacífico.
"Nossos companheiros americanos foram vítimas de violência nas mãos de seu próprio governo enquanto exerciam liberdades constitucionais", diz nota divulgada no site do movimento.
Segundo a nota, um dos ativistas em Oakland, Scott Olson, que seria veterano da Marinha e teria servido no Iraque, sofreu fratura no crânio no confronto e está internado em estado grave.
Também na terça-feira, em Albuquerque, no Novo México, ativistas foram detidos. Em Tucson, no Arizona, e em Sacramento, na Califórnia, outras prisões foram feitas.
Em Nova York, o barulho feito pelos manifestantes, que tocam tambores no Zuccotti Park, agravou a pressão sobre os ativistas do "Ocupe Wall Street". Segundo carta anônima de um dos ativistas que circula pela internet, o barulho dividiu os organizadores, que tentam diminuir a tensão com os moradores.
Iniciado com um acampamento no Zuccotti Park, perto do centro financeiro de Nova York, em setembro, o movimento atingiu outras cidades do país e do mundo. Sem líderes ou demandas claras, ganhou apoio de intelectuais, sindicatos e políticos.
Um apoiador do "Ocupe Wall Street" criou um aplicativo para celular chamado "Estou Sendo Preso", que permite que o manifestante avise rapidamente familiares e amigos sobre a detenção.
De acordo com agências de notícias, até a manhã de segunda 9.000 pessoas haviam instalado o aplicativo.

Com agências de notícias


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