São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011 |
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Argentina conclui júri sobre crimes da ditadura 12 acusados de tortura terão prisão perpétua DE BUENOS AIRES A Justiça argentina anunciou ontem sentenças contra repressores que atuaram durante a ditadura militar do país (1976-1983) na Esma (Escola Mecânica da Armada). Trata-se do mais importante julgamento por delitos considerados de lesa-humanidade (por terem sido cometidos pelo Estado) cometidos no maior centro de tortura e extermínio do país. A ação é uma das maiores desde que os julgamentos da última ditadura argentina foram retomados, em 2005. Após ouvir mais de 160 testemunhas, 79 deles sobreviventes do centro clandestino, a ação terminou ontem. Entre os condenados à prisão perpétua estão Alfredo Astiz, 59 (conhecido como "anjo da morte"), Jorge Acosta, 70, e outros dez. O restante recebeu penas menores. Os acusados foram julgados por 86 crimes, entre eles os sequestros e desaparições da fundadora das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, do escritor Rodolfo Walsh e das freiras francesas Leonie Duquet e Alice Domon. O julgamento foi acompanhado por familiares dos desaparecidos e representantes de organizações de direitos humanos, como as Avós da Praça de Maio e H.I.J.O.S. Os presentes comemoravam a cada sentença. Depois, houve música e discursos. Um dos centros de tortura e repressão mais violentos do período, a Esma, comandada pela Marinha, funcionou no bairro portenho de Nuñez -no local hoje há um museu e um centro cultural. Estima-se que 4.500 prisioneiros tenham passado pelo local; sobreviveram cerca de 150. Os casos mais comuns de assassinatos eram nos voos da morte, quando os presos, dopados, eram jogados do avião sobre o rio da Prata. (LUCAS FERRAZ E SYLVIA COLOMBO) Texto Anterior: Brasil tem de atuar, não se abster, diz embaixador dos EUA Próximo Texto: Síria: Liga Árabe pede que oposição e regime dialoguem pela paz Índice | Comunicar Erros |
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