São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

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EUA

Segundo o presidente, a nova lei deverá estimular o crescimento econômico, porém especialistas não concordam com ele

Bush aprova criação do seguro contra atos terroristas

DA REUTERS

O presidente dos EUA, George W. Bush, sancionou ontem uma lei cujo objetivo é permitir que as empresas façam seguro contra atos terroristas, o que poderá servir para desbloquear uma série de projetos da construção civil.
A nova lei tem como objetivo incentivar o crescimento econômico ao permitir a injeção de bilhões de dólares na economia do país. Os projetos estavam parados porque as empresas não conseguiam obter seguro contra atos terroristas, segundo Bush. Porém economistas independentes disseram que o impacto inicial dessa iniciativa deverá ser mínimo.
"Hoje [ontem" estamos agindo para estimular a economia da América, para dar confiança aos investidores do país e para dar emprego aos trabalhadores", afirmou o presidente.
Durante a campanha para as eleições legislativas do início do mês, Bush demonstrou dar valor à aprovação dessa lei, afirmando que ela seria um importante estímulo para a morosa economia americana. Segundo ele, milhares de empregos serão criados graças à nova legislação.
A medida diz que até US$ 100 bilhões em fundos governamentais poderão ser repassados às seguradoras, mas ela exige que o seguro contra atos terroristas passe a ser oferecido às empresas.
Segundo Bush, US$ 15 bilhões em transações relacionadas à construção civil deverão ser investidos na economia americana após a aprovação dessa lei.
Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 deram origem a processos estimados em US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões contra as seguradoras. Estas afirmam que outro atentado do gênero deverá levá-las à falência.
Mas, para o economista Sung Won Sohn, da Wells Fargo, a principal causa da diminuição do número de negócios na construção civil é a desaceleração econômica, subentendendo que o seguro contra atos terroristas não terá grande efeito no que se refere a estimular as atividades econômicas.
Ele afirmou ainda que, num país cujo PIB (total de riquezas produzidas) é de US$ 10 trilhões, o impacto de US$ 15 bilhões em projetos atrasados será muito pequeno. Ainda segundo Sohn, boa parte dos projetos atrasados só existe porque as empreiteiras estavam aguardando a aprovação da nova lei.


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