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Pesquisas apontam vitória de Correa no 2º turno do Equador
Esquerdista teve cerca de 14 pontos a mais que o conservador Noboa; resultado amplia a influência de Chávez na região
Economista afirma que "a esperança venceu"; rival não reconhece números desfavoráveis e afirma que pretende pedir recontagem
DA REDAÇÃO
O economista de esquerda
Rafael Correa, 43, aliado do
presidente venezuelano, Hugo
Chávez, venceu ontem o segundo turno das eleições presidenciais no Equador, segundo pesquisas de boca-de-urna e uma
contagem rápida, que apontaram vantagem média de 14
pontos sobre o conservador Álvaro Noboa.
Levantamento do instituto
Cedatos com o Gallup aponta
vitória de Correa por 57% a
43%, praticamente os mesmos
números obtidos na contagem
rápida, não oficial, feita pela organização Participação Cidadã:
56,9% a 43,1%. Boca-de-urna
do instituto Market apontou
vitória por 56,9% a 43,1%. O resultado oficial deve ser conhecido amanhã.
Após a divulgação dos números, Correa disse que "a esperança venceu". "Começamos a
recuperar a pátria. Hoje começa uma jornada decisiva", disse.
"A esperança venceu. Após
muitos anos de políticas socioeconômicas excludentes,
não puderam nos roubar a esperança. Vencemos."
Apesar de sua derrota ter sido apontada de forma unânime, Álvaro Noboa, o homem
mais rico do país, disse desconhecer esse resultado e afirmou que vai pedir uma recontagem "voto a voto, para o bem
do país". Noboa, que disputava
a Presidência pela terceira vez,
disse na TV: "Eu venci e vou
continuar defendendo os pobres".
No sábado, observadores da
Organização dos Estados Americanos haviam pedido que os
candidatos não proclamassem
vitória antes do resultado oficial. Correa perdera no primeiro turno, em outubro, por
26,7% a 22,8%. Na ocasião, acusou o rival de fraudar a eleição.
Vitória de Chávez
A eleição do candidato da
Alianza Pais é uma vitória para
o venezuelano Chávez, que pretende liderar um grupo de governos de esquerda na América
Latina em oposição à influência norte-americana na região e
não havia conseguido eleger
aliados no Peru e no México.
Correa, ex-ministro da Fazenda, defendeu em campanha
um receituário chavista, com a
convocação de uma Assembléia
Constituinte e o aumento da
participação do Estado na indústria petrolífera, principal
atividade econômica do país.
Buscando capitalizar a alta rejeição dos políticos, seu partido
não lançou nenhum candidato
ao Congresso.
O esquerdista também pregou contra o acordo de livre comércio com os Estados Unidos
e contra a presença de uma base militar americana.
O "rei da banana" Noboa, 56,
por sua vez, prometia uma
aproximação com os EUA. Dizendo-se um "enviado de
Deus", o candidato do Partido
Renovador Institucional Ação
Nacional fez uma campanha
populista, com distribuição de
dinheiro, cadeiras de rodas e
computadores.
Analistas políticos afirmam
que o partido de Noboa, que obteve 28 das cem cadeiras do
Congresso em outubro, deve
formar uma aliança para obter
maioria no Congresso, o que
deve dificultar as reformas prometidas por Correa.
A política equatoriana é marcada pela instabilidade. Nos últimos dez anos, três presidentes foram forçados a deixar o
cargo, e, desde 1979, só três terminaram seus mandatos.
Com agências internacionais
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