São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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Aliado de Bush vê ameaça de 3 guerras no Oriente Médio

Para rei da Jordânia, que sediará encontro do americano com Maliki, Líbano, Iraque e faixa de Gaza têm risco de conflito civil

Irã se diz pronto para ajudar no Iraque, mas só se EUA saírem; premiê iraquiano culpa políticos, incluindo seus aliados, por violência

DA REDAÇÃO

A três dias do encontro entre o presidente dos EUA, George W. Bush, e o premiê iraquiano, Nuri al Maliki, em Amã, a capital jordaniana, o rei Abdullah, da Jordânia, disse que o Oriente Médio está à beira de três guerras civis -no Iraque, no Líbano e nos territórios palestinos. Para ele, só uma ação "dramática" evitará uma "tremenda crise no ano que vem".
"Não acho que estamos numa posição em que podemos voltar ao problema em 2007. Há um grande potencial de três guerras civis na região", disse.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, por sua vez, disse estar pronto a ajudar os EUA e o Reino Unido no Iraque -desde que eles retirem suas tropas do país. A declaração ocorre em meio a propostas de que Washington obtenha o engajamento de Irã e Síria num plano de pacificação do Iraque.
"A nação iraniana está pronta para ajudar vocês a saírem desse atoleiro, mas com uma condição: vocês devem corrigir sua atitude. Levar suas tropas para dentro de suas fronteiras."

Apelo
Ontem, o xiita Maliki foi à TV pedir que os políticos iraquianos se unam contra a violência. "Vamos ser honestos. A crise é política, e são os políticos que devem tentar evitar mais derramamento de sangue. Os atos terroristas são um reflexo da falta de acordo."
Acompanhado pelo presidente Jalal Talabani, curdo, e pelo presidente do Congresso, o sunita Mahmoud al Mashhadani, Maliki acusou facções de seu próprio governo de incitar à violência. O clérigo radical xiita Muqtada al Sadr, seu aliado, ameaça retirar seu apoio caso o premiê encontre Bush.
Ontem, em visita à Cidade Sadr -dominada pelas milícias do clérigo- para prestar condolências às famílias dos mais de 200 mortos por atentados na quinta, o premiê teve sua comitiva cercada e apedrejada por um grupo de jovens. "A culpa é sua", gritavam.


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