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CIA dá Viagra em troca de apoio de líderes afegãos
Tática busca usar milícias locais contra extremistas
DA REDAÇÃO
Nem armas, nem dinheiro. A
tática da vez usada pelo serviço
secreto dos EUA para cooptar
líderes tribais do Afeganistão
inclui distribuir Viagra e outras
bugigangas de uso pessoal. A
informação foi divulgada pelo
jornal "Washington Post".
A prática inusitada na verdade faz parte de uma estratégia
mais ampla dos norte-americanos. Eles já financiam milícias
locais na luta contra os extremistas no Iraque e agora vão
começar a replicá-la em partes
remotas do Afeganistão, nos
confrontos contra o Taleban.
Isso causaria menos atritos
com aliados europeus que se
recusam a enviar mais soldados
ao país. A Otan, aliança militar
ocidental, mantém hoje 50 mil
soldados no Afeganistão -quase a metade vem dos EUA.
Além das pílulas azuis, os
agentes têm lançado mão de
uma série de outros apetrechos, como canivetes, ferramentas, brinquedos, material
escolar e vistos de viagem, para
convencer os líderes tribais
afegãos a lutar ao seu lado.
A CIA, agência de inteligência norte-americana, não quis
se pronunciar oficialmente sobre os métodos usados em operações secretas. Já uma autoridade da agência disse que seus
funcionários são treinados para serem "ágeis" e para usarem
táticas "condizentes com as leis
do nosso país".
"[Fazemos] o que for necessário para ter amigos e influenciar pessoas, seja construindo
escolas ou distribuindo Viagra", disse ao "Washington
Post" um agente da CIA que
participou de várias missões
confidenciais no Afeganistão.
O agente, que pediu para não
ter sua identidade revelada,
contou ao "Post" que conheceu
um líder sexagenário, com
quem conversou sobre sua família e várias esposas (quatro,
todas mais jovens). O agente
ofereceu-lhe, então, as pílulas.
Quatro dias depois, voltou.
"Ele veio radiante até nós.
Ele disse: "Você é um homem
bom". Depois disso podíamos
fazer o que quiséssemos em sua
área", disse o agente.
Com agências internacionais
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