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Piqueteiros perdem sua primazia nos bloqueios de rua
DE BUENOS AIRES
O conflito do governo Cristina Kirchner com o campo fez
disparar o número de bloqueios de trânsito por protestos na Argentina, confirmando
a perda de liderança dos piqueteiros nessa modalidade de manifestação.
Foram 5.585 bloqueios de janeiro a novembro, aponta levantamento do Centro de Estudos Nova Maioria. É o maior
número desde a crise socioeconômica de 2001/2002, quando
houve, respectivamente, 1.383
e 2.336 bloqueios.
Os que mais protestaram em
2008 foram representantes da
agroindústria (71%), outros setores (22%), organizações sindicais (3%) e moradores, estudantes e comerciantes (3%). Piqueteiros promoveram apenas
1% dos bloqueios.
Segundo o autor do estudo,
Rodrigo Mallea, o "alívio quantitativo" nos bloqueios registrado durante o governo Néstor
Kirchner (2003-2007) foi
"bruscamente interrompido"
pela briga do atual governo com
o setor rural.
Os dados, que revelam o recuo dos piqueteiros, mostram
que de 2001 a 2003 os grupos
respondiam por 4 de 5 bloqueios no país. No período
2005-2007, 3 de cada 5 bloqueios foram promovidos por
ambientalistas da região de
Gualeguaychú, palco de um
conflito em torno da instalação
de uma papeleira no lado uruguaio da fronteira. Em 2008, o
setor agrário esteve à frente de
4 em cada 5 protestos.
(TG)
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