São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Al Arabiya tenta ser versão arejada da TV árabe

DA REDAÇÃO

"Os EUA veem a Al Arabiya como um canal árabe amigável, enquanto consideram a Al Jazeera confrontante." A explicação de Lawrence Pintak, diretor do centro de treinamento em jornalismo da Universidade Americana, no Cairo (Egito), ajuda a entender por que Barack Obama preteriu a emissora pioneira no mundo árabe em detrimento da concorrente, ao dar sua primeira entrevista como presidente dos EUA.
Financiada por capital saudita e com sede em Dubai (Emirados Árabes), a Al Arabiya foi lançada em março de 2003, às vésperas de o governo Bush ordenar a invasão do Iraque. Quando suas transmissões começaram, a Al Jazeera -que há dois anos tem também um canal em inglês- já estava em atividade havia sete anos.
Apesar de ter um terço do tempo de existência da empresa criada pelo emir do Qatar, a Al Arabyia e suas práticas já produziram mudanças na concorrente, conforme relatou há um ano o "New York Times".
Ao publicar um perfil de Rahman al Rashed, diretor-geral da emissora que entrevistou Obama, o jornal registrou que o canal liderou um arejamento da mídia árabe, ampliando a gama de entrevistados e substituindo termos carregados de significado por outros mais neutros, tais como "mártires" por "civis mortos" ou "resistência" por "homens armados".
Se isso gerou, no Ocidente, a ideia de que a Al Arabyia tem linha mais sóbria, também motivou críticas à emissora, que, vez por outra, é citada no mundo árabe como "Al Ibriya", literalmente "A Hebraica". Na última semana de 2008, por exemplo, Hassan Nasrallah, líder do Hizbollah, fez o trocadilho ao comentar a cobertura dos ataques israelenses à faixa de Gaza.


Com agências internacionais


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