São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Enviado dos EUA chega ao Egito para discutir processo de paz

DA REDAÇÃO

Em uma viagem aguardada como sinal da política que o governo Obama desenvolverá para a região, o enviado dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, chegou ontem ao Egito, primeira parada de um giro de oito dias para tratar do conflito israelo-palestino. O Cairo, que lidera os esforços de mediação entre Israel e o Hamas, anunciou a intenção de obter um cessar-fogo permanente até a próxima semana.
No Egito, Mitchell se reuniu com o chefe de política externa da União Europeia, Javier Solana, e com o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa. O teor das conversas não foi revelado. Hoje ele deve se encontrar com o ditador Hosni Mubarak.
O roteiro do ex-senador de 75 anos -que já produziu, em 2001, relatório considerado por israelenses e palestinos equilibrado sobre o conflito- inclui também Israel, Cisjordânia, Jordânia, Arábia Saudita e, possivelmente, Turquia, além de França e Reino Unido.
Ele não se reunirá, porém, com membros do Hamas -visto pelos EUA como terrorista.
Já Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, tida por Washington como interlocutor legítimo, elevou o tom: "Israel não quer a paz, e faremos o possível para provar que eles cometeram crimes de guerra". A ANP, dominada pelo Fatah, e o Hamas romperam em 2007, e o grupo islâmico, que vencera as legislativas de 2006, controla a faixa de Gaza desde então.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que Mitchell irá "ouvir e trazer suas impressões" e voltou a evocar o direito de defesa de Israel.
O chanceler egípcio, Aboul Gheit, que também deveria encontrar-se com Mitchell, disse que até a primeira semana de fevereiro -antes das eleições legislativas em Israel, dia 10, em que o linha-dura Binyamin Netanyahu é favorito- deverá haver um cessar-fogo permanente entre Israel e o Hamas.
As conversas deverão então focar-se na reaproximação entre o Hamas e o Fatah, e "um acordo será alcançado até a terceira semana", disse Gheit. No encontro entre representantes de ambos na véspera, houve "desdobramentos positivos".


Com agências internacionais


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