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Em sinagoga, Lula defende as "credenciais" do Brasil para mediar
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o
Brasil tem "credenciais" para
ajudar no processo de paz no
Oriente Médio.
Pelo quarto ano, Lula participou, em uma sinagoga em São
Paulo, de evento em memória
às vítimas do Holocausto. Lula
lembrou que a diplomacia brasileira historicamente apoia a
existência de dois Estados soberanos, Israel e Palestina.
"Esse tem sido o sentido de
todas as nossas manifestações,
pois só assim alcançaremos a
paz naquela região. Tenho me
esforçado pessoalmente para
impedir que o ódio mútuo acumulado ao longo de décadas
acabe sufocando ainda mais as
alternativas de paz", afirmou
Lula, que disse ter "determinado" a viagem do chanceler Celso Amorim à região.
A missão de Amorim foi alvo
de críticas de ex-chanceleres e
analistas, que veem no alcance
geopolítico limitado do Brasil
um impedimento para que o
país tenha papel ativo na resolução do conflito.
No começo do mês, o PT divulgou nota oficial chamando
os ataques israelenses em Gaza
de "terrorismo de Estado" e
comparando-os "a práticas nazistas", algo que dividiu opiniões mesmo no partido e provocou críticas do governo israelense.
"O conflito entre israelenses
e palestinos no Oriente Médio
atinge corações e mentes de todos e nos obriga a evitar que o
ódio contamine o nosso país",
disse Lula. "Todos sabem que o
Brasil não está interessado nos
resultados políticos e dividendos econômicos que podem ser
obtidos na região. Nosso interesse é contribuir com a paz."
Estiveram presentes ao
evento de ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), e da
Bahia, Jaques Wagner (PT), o
prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), e a ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff.
(FERNANDO BARROS DE MELLO)
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