São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Em sinagoga, Lula defende as "credenciais" do Brasil para mediar

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o Brasil tem "credenciais" para ajudar no processo de paz no Oriente Médio.
Pelo quarto ano, Lula participou, em uma sinagoga em São Paulo, de evento em memória às vítimas do Holocausto. Lula lembrou que a diplomacia brasileira historicamente apoia a existência de dois Estados soberanos, Israel e Palestina.
"Esse tem sido o sentido de todas as nossas manifestações, pois só assim alcançaremos a paz naquela região. Tenho me esforçado pessoalmente para impedir que o ódio mútuo acumulado ao longo de décadas acabe sufocando ainda mais as alternativas de paz", afirmou Lula, que disse ter "determinado" a viagem do chanceler Celso Amorim à região.
A missão de Amorim foi alvo de críticas de ex-chanceleres e analistas, que veem no alcance geopolítico limitado do Brasil um impedimento para que o país tenha papel ativo na resolução do conflito.
No começo do mês, o PT divulgou nota oficial chamando os ataques israelenses em Gaza de "terrorismo de Estado" e comparando-os "a práticas nazistas", algo que dividiu opiniões mesmo no partido e provocou críticas do governo israelense.
"O conflito entre israelenses e palestinos no Oriente Médio atinge corações e mentes de todos e nos obriga a evitar que o ódio contamine o nosso país", disse Lula. "Todos sabem que o Brasil não está interessado nos resultados políticos e dividendos econômicos que podem ser obtidos na região. Nosso interesse é contribuir com a paz."
Estiveram presentes ao evento de ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e da Bahia, Jaques Wagner (PT), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
(FERNANDO BARROS DE MELLO)


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