|
Texto Anterior | Índice
VATICANO
Bispos linha-dura reabilitados se desculpam por negar Holocausto
DA REDAÇÃO
No Dia das Vítimas do Holocausto, ontem, o líder da
sociedade católica conservadora São Pio 10º, Bernard
Fellay, pediu perdão pelas
afirmações de um de seus
bispos, Richard Williamson,
que negou o extermínio sistemático de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra.
Fellay, Williamson e outros dois bispos foram reaceitos no último sábado pelo
papa Bento 16, que reverteu
sua excomunhão, há 20 anos.
A decisão aproxima o Vaticano da direta católica, mas o
coloca em atrito com sua ala
progressista e com a comunidade judaica.
Williamson havia dito, em
entrevista recente: "Acredito
que não existiram câmaras
de gás e (...) entre 200 mil e
300 mil judeus sofreram nos
campos de concentração".
Em outras ocasiões, disse
que Deus não queria que mulheres estudassem e que o 11
de Setembro foi uma conspiração dos EUA.
Os bispos foram ordenados em 1988 pelo polêmico
arcebispo ultraconservador
Marcel Lefebvre sem autorização do então papa João
Paulo 2º, para quem sua sociedade, a São Pio 10º, contraria as reformas modernizantes do Concílio Vaticano
2º (1962-65). O papa os excomungou imediatamente.
O porta-voz do Vaticano,
reverendo Frederico Lombardi, afirmou que a reversão
das excomunhões é fundamental para a unidade católica e que a decisão papal não
tem relação com a opinião de
Williamson: "Não concordamos com suas declarações".
Mas a medida gerou protestos entre progressistas e
grupos judaicos. A Liga Antidifamação, que combate o
antissemitismo, disse que ela
"debilita a forte relação entre
católicos e judeus".
Com agências internacionais
e o "New York Times"
Texto Anterior: UE aponta uso da máquina em referendo na Bolívia Índice
|