São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Potências se comprometem a ajudar Iêmen

DA REDAÇÃO

Os EUA e outras potências se comprometeram ontem a multiplicar os esforços para revitalizar a economia do Iêmen e fortalecer o governo de Sanaa na luta contra extremistas islâmicos.
Reunidos em Londres, chanceleres do G8 (as sete maiores potências econômicas mais a Rússia) e do Oriente Médio anunciaram a criação do "Grupo de Amigos do Iêmen" para coordenar os esforços no país árabe mais pobre, que se tornou santuário da rede Al Qaeda.
"Até então todos os protagonistas envolvidos no Iêmen estavam agindo por conta própria", disse o representante de uma delegação europeia presente no encontro de Londres.
Sob pressão desde o atentado frustrado do Natal, quando um militante nigeriano tentou explodir um avião nos EUA após receber instruções no Iêmen, Sanaa admitiu ontem que é urgente a necessidade de reformas econômicas e políticas para eliminar a pobreza que favorece o recrutamento local da Al Qaeda, vista como ameaça à estabilidade regional.
Estima-se que 52% dos jovens não têm emprego no país, que tem uma das mais altas taxas de crescimento populacional no mundo.
Sanaa avalia que precisa de ao menos US$ 4 bilhões por ano em ajuda. Há debate sobre se esse dinheiro deve ser focado na luta contra a pobreza ou no confronto militar à Al Qaeda e aos rebeldes que atuam no norte e no sul.
Segundo analistas, o encontro de Londres abre dois possíveis caminhos. Na perspectiva otimista, a ajuda ao Iêmen dará margem ao governo de Sanaa para implementar as reformas e resolver conflitos internos.
Pelo cenário pessimista, a entrada de mais recursos estrangeiros alimentará a ilusão de que algo está sendo feito enquanto um sistema disfuncional (governo ineficiente e corrupto, população sem acesso à educação etc) continua seu inexorável caminho rumo ao colapso.
O Iêmen é liderado há mais de 30 anos pelo presidente Ali Abdullah Saleh, que governa por meio de um sistema caro baseado no clientelismo, amplamente dependente das cada vez menores reservas de petróleo.

Com o "Financial Times"



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